Capital

Após sumir com sobrinho, tio diz estar arrependido e clima é tranquilo

Nadyenka Castro e Viviane Oliveira | 20/01/2012 16:30

Venceslau Júnior, 26 anos, afirma que só foi usar drogas porque sabia que o menino estava bem e que não contou ao pai sobre o paradeiro porque ficou com raiva

Venceslau afirma que adora o sobrinho e quer se livrar dos vícios. (Foto: Marlon Ganassin)
Venceslau afirma que adora o sobrinho e quer se livrar dos vícios. (Foto: Marlon Ganassin)
Antes do filho aparecer com o tio, mãe chora. (Foto: João Garrigó)

O drama diário de quem convive com usuários de drogas teve mais um capítulo nas páginas dos jornais nessa quinta-feira. Por pouco, a necessidade de fumar pasta base de cocaína não termina em tragédia para uma família moradora do bairro Nova Lima, em Campo Grande.

Venceslau Júnior, 26 anos, saiu de casa com o sobrinho, de apenas dois anos, na quarta-feira e só apareceu com a criança 13 horas depois. Neste período, os pais ficaram desesperados, buscas foram feitas no bairro por moradores, Polícia e Corpo de Bombeiros.

O principal motivo do desespero, é que, apesar do rapaz ter cuidados com o sobrinho, é usuário de drogas. Além disso, tinha sido visto à tarde pilotando uma motocicleta com o menino como passageiro, sem capacete, fazendo ‘cavalinho-de-pau’ e já na madrugada de quinta-feira foi flagrado consumindo pasta base de cocaína e não quis falar sobre o paradeiro da criança.

Dois dias após o sumiço, o clima na residência onde Júnior mora com os pais, com o irmão e com a cunhada - Márcia Araújo Alegre, 17 anos-, é tranquilo. Ele diz estar arrependido de ter saído para fumar e ter deixado o sobrinho com a namorada e Márcia afirma que não vai mais deixar o cunhado sair sozinho com seu filho.

Quando a reportagem do Campo Grande News chegou à residência da família, Márcia conversava com vizinhos, as crianças brincavam e Venceslau saiu de perto. “Ele está com vergonha”, revelou Márcia.

Segundo a adolescente, Venceslau adora o sobrinho, cuida bem dele, mas, quando está sob efeito de entorpecente e de álcool “perde a cabeça”. “A preocupação é quando ele bebe e fuma. Aí ele perde a cabeça”.

E como o rapaz “perde a cabeça” com a frequência, a família se desesperou e por volta das 3 horas, o pai da criança flagrou o irmão no local conhecido como ‘favelinha do Talismã’ sob efeito de droga. Nervoso, o pai bateu no irmão e perguntava aonde estava a criança. “Por raiva, porque estava apanhando, não respondi. Sabia que ele estava bem”, declara Venceslau.

“Falaram que eu tinha deixado o menino na mata. Jamais eu faria isso. Eu fui usar umas drogas porque sabia que ele estava com alguém de confiança”, afirma o rapaz, referindo-se à casa da namorada no bairro Morada Verde.

Liberdade - Venceslau afirma que quer estar livre do vício e que irá voltar a fazer tratamento. “Eu sei que por causa do meu vício prejudico as pessoas que eu gosto”.

Usuário há 12 anos, o rapaz conta que já tentou largar o álcool e a pasta base, mas, agora é diferente porque a vontade é dele mesmo.

13h depois - A procura pela criança durou 13 horas. Venceslau chegou com o sobrinho, foi preso e solto no mesmo dia. A criança foi submetida a exame de corpo de delito, cujo médico constatou que não havia nenhuma lesão e estava bem.

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