Capital

Após resgate de 40 foxhound, moradores denunciam 'prisão" de cães da mesma raça

Animais têm água e comida, mas dois deles tinham pequenas lesões

Clayton Neves | 24/09/2019 12:40
Animais na grade do terreno localizado no Bairro Campo Nobre. (Foto: Henrique Kawaminami)
Animais na grade do terreno localizado no Bairro Campo Nobre. (Foto: Henrique Kawaminami)

Um dia depois do resgate de 40 cães da raça foxhound americano em uma fazenda na MS-040, em Campo Grande, moradores do Bairro Jardim Campo Nobre denunciam nove animais da mesma raça presos em um terreno. Apesar de serem deixados sozinhos no local, os bichos têm acesso a água e comida e não aparentam estar abaixo do peso. Dois deles tinham pequenas lesões no corpo.

Uma moradora, que preferiu não se identificar, contou que mora há cerca de 1 ano e meio na região e desde então vê a movimentação de cachorros no local. “Sempre vi. Antes o dono parava uma caminhonete na frente e levava alguns. Depois trazia outros que eram deixados lá”, conta.

Nossa equipe de reportagem foi até o endereço e constatou que uma lona preta foi colocada em toda a entrada, impossibilitando que quem passa por lá veja o que há por trás das grades que cercam o terreno.

Dentro, embaixo de uma árvore, foi colocado um pote grande com água que está conectado a uma mangueira, fazendo com que o recipiente sempre esteja cheio. Algumas telhas de cinco também foram posicionadas no espaço para servir de abrigo.

Para a moradora, os animais não deveriam estar presos e, segundo ela, a alimentação dada não é suficiente para os cachorros. “Ele faz um fubá cozido e joga para eles comerem”, relata.

O Campo Grande News foi até a residência do proprietário do terreno, mas não o encontrou no local. A Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) informou que vai apurar a denúncia.

Resgate - Ao menos 44 cachorros da raça foxhound americano foram resgatados na manhã desta segunda-feira (23) em canil mantido numa fazenda na MS-040, em Campo Grande. Os bichos estavam amarrados, expostos ao calor, sem água ou alimentação adequada. Além disso, alguns deles estavam em um cubículo repleto de fezes.

O fazendeiro responsável pelos animais disse ter ficado surpreso ao ser informado sobre a situação de maus-tratos. Ele adestrava os cães para caça e vendia para todo o Brasil por valores entre R$ 500 e R$ 2 mil.

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