Após recorde em setembro, Capital tem outubro com chuva abaixo da média
Efeitos do El Niño resultaram em um mês de outubro atípico em Campo Grande: com menos chuva e temperaturas mais altas. O acumulado de precipitação registrado até o dia 28 foi de 95,6 milímetros, menos que a metade da média histórica de 147,9 mm segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo, Clima e Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul). Os valores contrastam com o recorde de setembro, o mais chuvoso em 20 anos na Capital.
“Por conta do fenômeno oceano-atmosférico, ou as temperaturas ficam muito altas ou chove e como não podemos ter essas duas coisas ao mesmo tempo, outubro foi um mês com as temperaturas bastante elevadas, o que retardou um pouco a estação chuvosa, que deveria começar nesse período”, explica a meteorologista Cátia Braga.
Dados do órgão mostram que a temperatura máxima nesse período na cidade fechou em 37,4°C, pouco abaixo do recorde de 2014 com 40,2°C. Já a umidade mínima do mês foi registrada no dia 17, quando o índice chegou a 21°C.
Segundo ela, seguindo essa lógica, novembro deverá ser um mês com maiores umidades, chuvoso e com períodos de calor cuja temperatura máxima média deve girar em torno dos 30°C.
“Outubro começa a estação chuvosa em Mato Grosso do Sul, que vai até abril. É um caso raro não chover muito neste mês”, afirma Cátia. No estado, somente oito municípios superaram as médias históricas de chuva nesse período: Amambai (209,2 mm), Bataguassu (219 mm), Bela Vista (128,2 mm), Coxim (153,8 mm), Itaquiraí (183,8 mm), Jardim (165,6 mm), Juti (181,2 mm) e Rio Brilhante (160,2 mm).
Conforme a meteorologista, o El Niño provoca o aumento da temperatura na superfície oceânica e geralmente se intercala com o La Niña, quando ocorre o contrário e a água se resfria, e com períodos neutros.