Capital

Após “falso” estupro, polícia alerta sobre como proceder em caso de suspeita

Paulo Fernandes e Ana Paula Carvalho | 03/06/2011 21:11

O caso do menino de 10 anos que afirmou ter sido violentado sexualmente na tarde de ontem, mas depois disse ter inventado toda a situação, demonstra a necessidade dos pais de ter muito cuidado e bom senso no caso de suspeita de agressão contra os filhos. O alerta é da delegada Marília de Brito Martins.

“Em alguns casos, os pais não acreditam; em outros, eles superestimam. Tem sempre o bom senso, tem que deixar a criança tranquila para que ela não diga nada em um momento que estiver acuada”, afirmou. “O que não pode é deixar de levar em conta o relato da criança e nem considerá-lo uma verdade absoluta”, acrescentou.

Segundo a delegada, é preciso analisar o que a criança está falando, se tem lógica e se ela apresenta uma lesão correspondente. Além disso, é importante colher o maior número de informações possíveis.

Caso a desconfiança persista, o certo é levar a possível vítima a um psicólogo. “Se ainda assim você entender que aconteceu o abuso, a criança deve ser levada à delegacia, para apurar. O exame do corpo de delito é uma das provas”, disse.

No caso do menino que afirmou ter sido agredido sexualmente nas imediações de uma escola, no Jardim Flamboyant, em Campo Grande, a reação e o estado físico da criança não eram compatíveis com a agressão que ela afirmava ter sofrido.

Os dois homens que foram acusados do estupro registraram Boletim de Ocorrência por ameaça, após terem sido agredidos pelo crime que, para a polícia, nunca aconteceu. Feridos, eles foram ao IML (Instituto Médico Legal).

A polícia afirmou que antes de contar a história do suposto estupro, o menino foi agredido pela mãe por ter sido suspenso das aulas. A mãe ficou nervosa e bateu na criança que pode ter inventado a história por ter se sentido acuada.

Mas para a delegada, a princípio não há necessidade da mãe ser investigada por maus tratos.

Mesmo sem indícios do crime, a mulher continua acreditando na primeira versão apresentada pelo filho, de que foi estuprado.

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