Capital

Após extorsão entre alunos, estudante diz estar arrependido e mãe pagará R$ 500

Paulo Fernandes e Paula Maciulevicius | 26/05/2011 20:11

Um garoto de 14 anos, com menos de 1,60m, usando calça jeans e camiseta preta. Ao lado da mãe, ele foi ouvido, nesta quinta-feira, pelo MPE (Ministério Público Estadual) por extorsão contra um colega de escola.

A extorsão durou mais de 1 ano. Ele ameaçava bater no colega caso não recebesse dinheiro. Foram quase R$ 1.000 nesse tempo todo.

No depoimento, o menino disse não saber porque fazia a extorsão, mas que estava arrependido e que não voltaria mais a fazer as ameaças em troca de dinheiro.

Ele também afirmou não imaginar as consequências das agressões dele. “Não vou fazer mais”, repetiu.

Com o dinheiro recebido mediante ameaças, o garoto arrumou a bicicleta.

A mãe, uma empregada doméstica, de 36 anos, garante que não sabia das ameaças. Ele afirmou que não precisava do dinheiro.

Segundo ela, quando o menino chegou com o dinheiro para arrumar a bicicleta, ele afirmou que o dinheiro veio da venda de quadros antigos.

“Jamais imaginei que ele iria fazer isso, graças a Deus nunca faltou nada em casa”, disse. “Eu sempre cuidei dele, mas saia cedo e chegava de noite”.

Ela só soube do caso na sexta-feira, quando foi marcado encontro entre agredido e agressor para um novo pagamento. O encontro foi armado pela Deaji (Delegacia Especializada de Atendimento a Infância e Juventude). O menino extorquido tem 13 anos.

A mãe garantiu que devolverá R$ 500 para a vítima. Já o menino assumiu termo de compromisso de assistir aulas, colaborar com a escola e cumprir ação educativa por 3 meses (4 horas semanais).

Com a autorização da mãe, o promotor Sérgio Harfouche, da 27ª Vara da Infância e da Adolescência, determinou toque de recolher para o adolescente.

Ele não deve se ausentar da residência, sem a companhia da mãe, depois das 18h.

Quando saiu da sala, a mãe abraçou o promotor, pediu desculpas e chorou.

“A mãe se mostrou alheia. Isso tem acontecido muito. As mães se surpreendem quando ficam sabendo”, contou o promotor.

Sérgio Harfouche explicou que se o autor das extorsões fosse adulto seria condenado a pena de 4 a 10 anos de prisão.

O promotor agora aguarda encaminhamento da investigação pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) porque existe a suspeita de que outros dois adolescentes estejam envolvidos.

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