Capital

Após estupro, técnico de enfermagem ofereceu pagar carona para vítima

Na delegacia, funcionário em postos de saúde da Capital se recusou a prestar depoimento

Liniker Ribeiro e Clayton Neves | 27/05/2019 16:22
Advogado (à esquerda) e técnico de enfermagem suspeito de abusos em postos de saúde (Foto: Ronie Cruz)
Advogado (à esquerda) e técnico de enfermagem suspeito de abusos em postos de saúde (Foto: Ronie Cruz)

O técnico de enfermagem, de 28 anos, suspeito de estuprar uma adolescente, de 14 anos, e abusar de outras cinco mulheres em unidades de saúde da Capital, se negou a responder os questionamentos da polícia durante depoimento. Na delegacia, o homem afirmou que falará apenas à Justiça. Porém, investigações apontam que o funcionário, após cometer o crime, chegou a oferecer pagar para a vítima voltar de carro para casa.

Conforme a delegada Anne Karine Trevisan, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), a vítima afirmou que o homem ofereceu para arcar com os gastos de uma viagem de carro por meio de um aplicativo de mobilidade. A informação foi confirmada pela avó da vítima.

Conforme relato da adolescente, ela foi até à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida com a avó para tomar soro e medicação. O técnico de enfermagem pediu que a acompanhante buscasse algo para que a garota comesse e com a porta trancada, obrigou a paciente a fazer sexo oral nele.

Segundo a polícia, a familiar da adolescente afirmou ter estranhado a porta trancada na sala onde a neta recebia atendimento, no dia do estupro. O crime foi descoberto após a vítima denunciar o autor. De acordo com a delegada, a menina foi incentivada por uma amiga.

“Essa amiga conversou com a adolescente e chegou a dizer que, se ela não falasse, a mesma contaria”, afirmou Anne Karine.

O suspeito foi identificado pelas vítimas e, entre elas, estão uma acompanhante de paciente, faxineira e uma médica que atua na rede municipal de saúde. De acordo com a investigação, as abordagens do profissional são parecidas - vítimas relataram que o homem esfregava o genital nelas e insistia para anotar o número de telefone. A faxineira de um dos postos de saúde onde o técnico está lotado também relatou ter sido trancada numa sala e abusada.

Além do caso da adolescente, um abuso a outra menor de idade está sendo investigado na Depca. Os outros casos, de mulheres maiores de 18 anos, foram encaminhados para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

A delegada acredita que o homem possa ter feito mais vítimas e pede que elas procurem a polícia para registrar boletim de ocorrência. Ele tem ficha por tentativa de homicídio, estupro e porte ilegal de arma e responderá pelos crimes de estupro e importunação sexual.

Além da UPA da Vila Almeida, o técnico de enfermagem atuava na UBS (Unidade Básica de Saúde) Dr. Nicolau Fragelli, no Lar do Trabalhador. De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou o funcionário foi afastado de suas funções na assistência aos pacientes e suspendeu os plantões eventuais. O servidor foi transferido para o almoxarifado, onde, segundo a secretaria, “não tem contato com o público”.

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