Capital

Após denúncias, prefeitura cria comitê para fiscalizar pontes e viadutos

Decreto que regulamenta comitê justifica criação pelas notícias que abordaram o assunto e mostraram falhas e desgastes na estrutura dos viadutos da Capital

Izabela Sanchez | 15/02/2019 08:23
Prefeito Marquinhos Trad (PSD) durante visita ao viaduto da Ceará em Campo Grande (Foto: Marina Pacheco)
Prefeito Marquinhos Trad (PSD) durante visita ao viaduto da Ceará em Campo Grande (Foto: Marina Pacheco)

A Prefeitura de Campo Grande criou, por meio de decreto, o “comitê de pontes e viadutos”. Diretamente ligado ao gabinete do Prefeito, o comitê surge dias depois de uma série de reportagens que abordaram falhas e desgastes na estrutura de viadutos da Capital. As notícias configuram, no decreto, a primeira justifica para criar o comitê.

Publicado no Diário Oficial de Campo Grande desta sexta-feira (15), o decreto afirma que há “necessidade de prevenção, planejamento e monitoramento de questões relativas à segurança e estabilidade de pontes e viadutos na Cidade de Campo Grande-MS”. Ainda assim, secretários da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) haviam dito que a administração “já realizava vistorias, rotineiras, em cerca de 10 viadutos, os mais antigos”.

Outra questão é que o prefeito Marquinhos Trad (PSD), o titular da Sisep, Rudi Fiorese e o adjunto Ariel Serra declararam, ao visitar o viaduto que encobre o cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua Ceará, que os problemas eram apenas “estéticos”.

Terra "fofa" no viaduto da Ceará (Foto: Liniker Ribeiro)

Agora, no entanto, o comitê será responsável por uma série de ações. Vai realizar estudos e levantamentos técnicos das situações físicas dos viadutos e pontes, planejar e monitorar questões relativas à segurança e estabilidade das pontes e viadutos e propor as medidas necessárias para “se evitar qualquer acidente, interrupção de tráfego ou outra conseqüência que possa decorrer da má conservação nos viadutos e pontes existentes nesta cidade”.

O espaço terá atuação permanente e será composto pelos titular da Sisep, Rudi Fiorese, que vai presidir o comitê, além do chefe de gabinete do prefeito, Alex Oliveira Gonçalves, do titular da Segov (Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais), Antônio Cézar Lacerda Alves, do titular da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), Luís Eduardo Costa, do diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine de Lima Bruno e pela diretora-presidente do Planurb (Instituto Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), Berenice Jacob.

Viadutos e pontes – Os viadutos e pontes de Campo Grande são vistoriados, “3 ou 4 vezes ao ano”, por três engenheiros de uma equipe da Sisep, foi o que garantiu, inicialmente, a Prefeitura. É a primeira vez, segundo o titular da pasta, Rudi Fioresi, que as vistorias ocorrem, já que segundo ele “não há indícios de que as administrações anteriores tenham fiscalizado”.

Viaduto da Ceará (Foto: Liniker Ribeiro)

Arquiteto e urbanista Elvio Garabini afirmou que o viaduto que passa sobre a Rua Ricardo Brandão, tem rachadura nas pedras que formam o gabião, estrutura armada com malha de fios de aço. Além disso, contou que há falta de grama em um dos lados, o que parece simples, mas é fundamental para manter a estrutura em pé. “A grama tem a função de segurar o aterro”, diz.

Já no viaduto da Ceará com a Afonso Pena, o especialista encontrou um buraco com cerca de quase 1 metro de diâmetro pode ser visto embaixo da estrutura. A terra que deveria cobrir o espaço é levada a cada chuva e se esparrama pela calçada, prejudicando até mesmo quem passa a pé pelo local. De perto, é possível ver a terra da espessura fofa.

Outro local que também apresentou problemas, pelo olhar de um especialista, é o viaduto que fica próximo à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), entre a Rua Trindade e a Avenida Costa e Silva.

Pilar rachado na base, no viaduto da Rua Trindade com a Costa e Silva.

Segundo o engenheiro e projetista de pontes José Francisco de Lima, há rachaduras nos pilares e falta de concreto na parte debaixo da alça superior, o que permite avistar até mesmo a estrutura de ferro que dá suporte para o cimento. Para o engenheiro e projetista de pontes, os problemas aumentam ainda mais os riscos de acidentes.

Outras construções foram avaliadas e também apresentaram falta de manutenção, segundo o engenheiro. Depois de visitas aos locais, a Prefeitura prometeu obras, mas ainda não tem data ou projeto para que as ações comecem.

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