Capital

Após decisão judicial, pacientes correm risco de ficar sem medicamentos

Luana Rodrigues e Flávia Lima | 25/11/2015 12:13
Alegando dificuldade financeira, o hospital bloqueou 14 leitos. (Foto: divulgação)
Alegando dificuldade financeira, o hospital bloqueou 14 leitos. (Foto: divulgação)

A Santa Casa acatou a decisão do Juiz plantonista Roberto Ferreira e vai receber 11 pacientes em situação considerada grave. Alegando dificuldade financeira, o hospital havia bloqueado nesta terça-feira (24), 14 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O MPE (Ministério Público Estadual) entrou com uma liminar na Justiça, que ordenou o desbloqueio de parte dos leitos. A preocupação agora, segundo os dirigentes do hospital, é que com os "novos pacientes", faltem medicamentos para atender a todos. 

Dos 11 leitos desbloqueados, sete irão atender pacientes com problemas cardíacos, três com infecções respiratórias e um que está em tratamento porque sofreu um AVC(Acidente Vascular Cerebral). "Nós fomos pegos de surpresa, porque eu mesmo fui até o plantão judiciário e expliquei sobre as condições financeiras do hospital, esperávamos que a Justiça entendesse", disse o diretor- presidente da Santa Casa, Wilson Teslenco.

Conforme o diretor técnico do hospital, Mário Madureira, já existem medicamentos em falta, entre eles a morfina, um dos remédios mais utilizados na UTI(Unidade de terapia Intensiva). Além disso, estão faltando antibióticos, gaze e esparadrapos para curativos, aventais para médicos e enfermeiros e alguns tipos de seringas. As dificuldades, segundo a Santa Casa, são por causa de uma dívida de pouco mais de R$ 10 milhões, que não foi paga pela prefeitura.

Ainda segundo Teslenco, a Prefeitura deveria ter feito o repasse no dia 5 de novembro, mas só depositou R$3,5 milhões nesta segunda-feira(23), o que atrasou a compra de medicamentos, e por isso alguns estoques chegaram a zero.

Para manter os estoques de medicamentos , o hospital suspendeu as cirurgias eletivas e não está admitindo algumas internações. Entre segunda e terça- feira, dez cirurgias eletivas foram suspensas. 

Outra questão que a diretoria questiona, é que os pacientes foram "escolhidos" por um médico regulador do Samu(Serviço Médico de Urgência), que estava de plantão, e não pelos médicos do hospital e que a avaliação de que eles deveriam ser internados na UTI partiu do Poder Judiciário.

"Agora os pacientes serão avaliados pelos médicos da UTI e conforme o quadro clínico de cada um for melhorando, serão encaminhados para a enfermaria", explicou o diretor.

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