Capital

Após cancelamentos da Avianca, passageiros em MS ficam "à deriva"

Em recuperação judicial, a empresa tem sido acionada na Justiça pelas companhias que fazem o empréstimo de avião

Viviane Oliveira | 24/04/2019 12:48
Guichês da Avianca no Aeroporto Internacional de Campo Grande estão vazios (Foto: Liniker Ribeiro)
Guichês da Avianca no Aeroporto Internacional de Campo Grande estão vazios (Foto: Liniker Ribeiro)

Além do transtorno, os passageiros que tiveram os voos da companhia aérea Avianca cancelados não sabem se serão reembolsados. A empresa iniciou a devolução de 18 de suas 25 aeronaves para as credoras, em razão do não pagamento do aluguel dos aviões. Em recuperação judicial, a empresa tem sido acionada na Justiça pelas companhias que fazem o empréstimo de avião. 

Em Campo Grande, a designer de interiores Vanessa Cristina Espíndola Mello, foi uma das prejudicadas. Ela conta que depois de comprar com antecedência passagem de ida e volta para o filho de 17 anos ir participar de uma competição de natação em Brasília, passou a receber e-mail da Avinca informando que o voo havia sofrido alteração.

Até que no último comunicado avisaram que a viagem havia sido cancelada. “Tivemos pouco tempo para resolver a situação. Infelizmente, o preço das passagens aéreas compradas de última hora fica inviável. Então, a solução foi alugar um ônibus com atletas de outras equipes com o mesmo problema”, disse.

Vanessa já tentou pedir o reembolso por meio do telefone disponibilizado pela companhia, porém depois de 20 minutos de espera acabou desistindo. “Tentei pelo site também e não consegui. Já encaminhei e-mail para a empresa, mas ainda não recebi resposta. Parece que a Avianca já sabia que isso iria acontecer e vendeu as passagens apenas para arrecadar. Cadê o controle da aviação no Brasil que deixa os consumidores a serem lesados desta maneira?”, reclamou.

Aeronave da Avianca no aeroporto da cidade (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Conforme o advogado Emerson Magalhães, em caso de cancelamento de voo o passageiro tem direito a ser acomodado em outro voo. “Isso sem qualquer despesa adicional ou, ainda, ser reembolsado integralmente”, explicou.

O prazo para a devolução dos valores deve ser, no máximo, de sete dias. Por exemplo, se a compra da passagem foi feita por meio de cartão de crédito, o valor deverá ser estornado na fatura seguinte ao cancelamento do voo. “Se por acaso, o consumidor por falta de informação for ao aeroporto, a companhia área deverá ainda oferecer alimentação e hospedagem”, disse o advogado.

Algumas agências de viagens têm comunicado os passageiros com antecedência para evitar situações desagradáveis. Segundo Regina Matsubara, responsável pela Check-In Agência de Viagens, a empresa já fez muitos pedidos de cancelamentos e reembolso à Avianca. “Temos poucos casos em que os passageiros desistiram de viajar em férias, com receio de viver uma terrível experiência”, disse.

Segundo Regina, há algumas situações pendentes em que a companhia está tentando ajustar os voos, porém aumentando o percurso, antes previsto para durar de 3 a 4 horas, para mais de 7 horas de duração, o que torna uma viagem exaustiva. “Estamos negociando cada caso, analisando a situação para que o passageiro não seja ainda mais prejudicado”, explicou.

A dúvida, de acordo com Regina, é saber se a Avianca fará esses reembolsos. Mesmo a agência atendendo aos critérios que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) estabelece como condições para a devolução integral. Até o próximo domingo (28), o impacto para Mato Grosso do Sul são 38 voos, partindo da Capital ou vindos de outras cidades rumo a Campo Grande. A lista de voos que não serão realizados pode ser acessada aqui.

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