Capital

Após aborto, jovem enterrou bebê em caixa com flores e rosário dentro

Polícia ainda não sabe se garota praticou aborto por vontade própria ou se foi induzida pela mãe

Luana Rodrigues | 16/03/2017 15:54
Caso ocorreu nesta rua, no bairro Guanandi. (Foto: Luana Rodrigues)
Caso ocorreu nesta rua, no bairro Guanandi. (Foto: Luana Rodrigues)

A adolescente de 17 anos, que abortou um bebê de cinco meses e enterrou nos fundos da casa onde morava no bairro Guanandi, em Campo Grande, fez uma espécie de "sepultamento" da criança.

Ela a enterrou em uma caixa de papelão, com flores e um rosário dentro. A informação é importante para a polícia, já que ainda não há confirmação, por exemplo, se a menina agiu por vontade própria ou pressionada pela mãe.

O delegado Bruno Urban, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), que participa da investigação sobre o caso, afirmou que a polícia conduzirá o caso em sigilo, para preservar a garota, que pode ser considerada vítima nesta situação, e também porque não há nada comprovado contra a mãe dela.

Versão da mãe - Pela manhã, em entrevista ao Campo Grande News, a mãe da adolescente negou que tenha induzido a garota a interromper a gravidez e disse que sua vida virou inferno da noite para o dia, após o ocorrido.

A mulher, que pediu para não ser identificada, relatou que não sabia da gravidez da filha. “Ela não tinha barriga”, contou. Ela ainda afirmou que a adolescente fazia tratamento para acne com dermatologista e tomava isotretinoína, medicamento forte e contraindicado para gestantes, pois pode deformar o feto.

Segundo a mãe, a menina ia todo mês ao dermatologista, comprava o remédio, mas não tomava. Questionada sobre o áudio, em que uma mulher aparece dizendo que não ia cuidar da criança e compraria Cytotec para a menina, ela se limitou a dizer: “Tudo será esclarecido pela polícia”.

A mulher relatou ainda que está sofrendo retaliação na rede social e que durante a madrugada de hoje (16) teve a casa invadida por dois homens e uma televisão furtada. “Estou muito surpresa e horrorizada com tudo que está acontecendo. Estão me colocando como uma monstra”, lamentou.

Por telefone, Carlos Marques, advogado de defesa da mulher, afirmou que a menina cometeu o aborto sozinha na madrugada de quarta-feira. No outro dia, a adolescente entrou em pânico e ligou para o namorado. “Ela agiu sozinha”, disse o advogado.

De acordo com o advogado, a família vai entrar com uma ação contra a mãe e o namorado pela exposição vazando o áudio. O caso foi registrado como aborto provocado pela gestante na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).

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