Apesar de leis, ninguém fiscaliza uso do desfibrilador em Campo Grande
Duas leis, uma municipal e outra estadual, obrigam a presença do aparelho desde 2005
A morte de uma universitária em São Paulo resgata a discussão sobre o uso do desfibrilador, equipamento considerado fundamental para salvar quem sofre ataques cardíacos e que em Mato Grosso do Sul e em Campo Grande é obrigatório em espaços há sete anos.
De acordo com a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), 300 mil pessoas morrem no país por conta de problemas cardíacos que não seriam necessariamente mortais e onde o uso do equipamento é essencial para a sobrevivência do paciente.
O representante da SBC em Mato Grosso do Sul, Sérgio Monteiro Pinheiro, destaca a importância do desfibrilador após parada cardíaca. "A cada 1 minuto, a sobrevida do paciente cai 20% e depois de 15 minutos, a chance de sobreviver é quase zero", afirma. O médico lembra ainda que o aparelho informa o passo a passo para a utilização.
A lei municipal e a lei estadual foram sancionadas em 2005 e determinam a obrigatoriedade do DEA (Desfibrilador Externo Automático) em centros comerciais, universidades, terminais de ônibus, estádios e locais com presença de mais de 1,5 mil pessoas. O texto das duas leis ainda fala sobre a presença dele em veículos de resgate, como ambulâncias.
No entanto, falte quem fiscalize a aplicação e até mesmo o uso do aparelho por falta de regulamentação das medidas. Tanto o Governo do Estado, quanto na Prefeitura não há informação sobre como funciona a fiscalização.
O Campo Grande News entrou em contato com shoppings, universidades, Aeroporto Internacional e rodoviária e constatou a presença do equipamento. Segundo o Corpo de Bombeiros, todos os veículos de resgate da corporação em Campo Grande contam com DAE, incluindo as motos
No Norte Sul Plaza, a informação é de que o desfibrilador é operado pela equipe de socorristas do local, que trabalham durante todo o expediente do local.
Na rodoviária, a administração informou que o aparelho é operado por uma equipe de 12 funcionários que se revezam em três turnos para a operação. No shopping e na rodoviária, o treinamento para uso do equipamento foi oferecido pelo Corpo de Bombeiros.
O Aeroporto Internacional também informou possuir o desfibrilador, assim como a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco,) que disse que ele é está presente na clínica-escola da instituição.
A reportagem também entrou em contato com a universidade Anhanguera/Unipderp, a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e o Shopping Campo Grande, mas não obteve resposta.