Capital

Ao depor, empresário nega que tenha usado drogas com jovem em motel

“Nada vai passar em branco”, garante delegado sobre investigação sobre a morte da médica veterinária, de 29 anos

Anahi Zurutuza, Clayton Neves e Ângela Kempfer | 21/01/2020 11:05
Na manhã seguinte à morte da veterinária, delegado esteve em motel, vistoriou quarto e entorno do estabelecimento; perícia já havia feito levantamentos (Foto: Henrique Kawaminami)
Na manhã seguinte à morte da veterinária, delegado esteve em motel, vistoriou quarto e entorno do estabelecimento; perícia já havia feito levantamentos (Foto: Henrique Kawaminami)

Em depoimento à polícia nessa segunda-feira (20), o empresário Rafael Valler, de 30 anos, negou que tenha usado drogas junto com a médica veterinária, de 29 anos, que morreu sob suspeita de overdose após deixar um quarto de motel, localizado próximo à rodovia BR-262, em Campo Grande. O Campo Grande News obteve a informação com fonte na polícia, embora o delegado Ricardo Meirelles, da 3ª DP (Delegacia de Polícia), tenha informado que o conteúdo da oitiva é sigiloso.

O depoimento de Valler durou pouco mais de uma hora na tarde de ontem. Ele deu as declarações acompanhado do advogado Benedicto Arthur de Figueiredo Neto.

O responsável pela investigação explicou que Rafael foi ouvido na condição de testemunha e que por enquanto, as investigações não encontraram evidências para responsabilizá-lo pela morte. “Caso haja indício de qualquer participação de terceiros na morte, a pessoa responderá criminalmente. Porque nada vai passar em branco, vamos esclarecer todos os pontos para atribuir culpa correspondente a cada ação”.

O delegado afirma ainda que o inquérito pode também caminhar para outro lado. Se ficar comprovado, por exemplo, que a jovem comprou o entorpecente, usou e realmente morreu em decorrência da utilização em excesso da substância, ninguém poderá responder pelo ocorrido. “Mas, se teve omissão ou fornecimento de droga, a pessoa vai ser responsabilizada”, reiterou.

O Campo Grande News conversou com Rafael na manhã de hoje. Ele disse que preferia não se manifestar e que somente seu advogado falaria sobre o caso. O defensor não atendeu às ligações até o fechamento da matéria.

Laudos – Meirelles ainda aguarda resultados de exames feitos no corpo para verificar, por exemplo, se a veterinária já tinha alguma doença que pode ter contribuído para a morte e ainda quais substâncias estavam o organismo da vítima e quais efeitos provocaram.

A principal hipótese é que a moça tenha sofrido overdose de entorpecentes por causa dos sintomas - agitação extrema, confusão mental, pupilas dilatadas. No quarto que ela e o empresário ocuparam, a perícia recolheu substância que parece ser cocaína. Laudo preliminar confirma se trata da droga.

O caso – Na noite do dia 17 de janeiro, antes de morrer, a veterinária saiu correndo de motel, localizado na saída para Três Lagoas. Segundo testemunha, ela gritava que alguém queria matá-la.

Ainda de acordo com as pessoas que tentaram ajudar a moça, o empresário, filho de pecuarista muito conhecido em Mato Grosso do Sul, tentou colocar a jovem para dentro da caminhonete que conduzia, uma VW Amarok, mas ela resistiu. Ele acelerou e foi embora do local.

Foi depois da confusão que a moça entrou entre o pneu e o eixo de um caminhão que estava parado no acostamento, próximo ao cruzamento com a Avenida Doutor Paulo Adolfo Bernardo, na região do Jardim Noroeste. O motorista do caminhão relatou à polícia que viu a jovem vindo em sua direção e conseguiu frear, evitando o atropelamento.

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