Capital

Anos depois, projeto que tiraria 1,2 mil veículos do Centro não saiu do papel

Chloé Pinheiro | 19/08/2016 12:23
Na placa, havia o único registro visível da Cidade dos Ônibus, projeto abandonado pela Prefeitura. (Foto: Simão Nogueira)
Na placa, havia o único registro visível da Cidade dos Ônibus, projeto abandonado pela Prefeitura. (Foto: Simão Nogueira)

A placa que anuncia a obra das Cidade dos Ônibus, prometida desde 2012 para desafogar o tráfego principalmente dos veículos de passageiros do perímetro urbano de Campo Grande, é o retrato perfeito do andamento da obra. Do anúncio do projeto só restou o aramado de metal e fiapos da placa, carcomida pela chuva e pelo tempo em que está lá.

O conglomerado de terrenos atrás das Moreninhas de mais de 100 mil metros quadrados, na margem esquerda do Anel Rodoviário da BR-163, deveria receber 20 empresas de transporte de passageiros e abrigar suas garagens e infraestrutura como comércio, lojas, creches e postos bancários.

Em troca, a cidade tiraria 1200 veículos das ruas do centro e as empresas, por sua vez, receberiam descontos em taxas e impostos. Já a população das Moreninhas, um dos bairros com mais habitantes da capital, ganharia um polo comercial para trabalhar sem ter que se deslocar para o centro.

Em julho de 2015, a Prefeitura de Campo Grande liberou o equivalente a R$5,8 milhões em terrenos para nove empresas se instalarem ali e começarem as obras. Mas o esforço parou por aí, visto que essa é a última notícia oficial que se tem da Cidade dos Ônibus.

“O Projeto de Lei que liberava os terrenos foi aprovado, mas a Prefeitura não deu andamento no processo. As empresas tentaram, mas quando viram que não ia para a frente desistiram”, conta Natal Baglioni, assessor do Vereador Edil Albuquerque ( ). Albuquerque era secretário da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e do Agronegócio) na época do lançamento do projeto.

Milhares de metros quadrados aguardam a chegada da infraestrutura. (Foto: Chloé Pinheiro)

Para a obra andar, seria preciso dar encaminhamento nas exigências da lei, transferir os terrenos para o nome das empresas, assinar Termos de Compromisso e a Prefeitura analisar os projetos de construção para expedir os alvarás.

Por enquanto, o que anda é a construção vizinha, da futura sede da CCR MSVia, concessionária que duplicará a BR-163. “Quando a CCR, terminar, quem sabe muda a estrutura e a coisa melhora?”, resume Natal.

Procurada, a Prefeitura informou apenas que as empresas é que são responsáveis pela construção, mas não soube informar detalhes sobre o processo e não deu previsão para o envio das informações.

Paralelepípedos são o que mais remotamente lembra uma construção no local. (Foto: Simão Nogueira)
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