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Ano novo começa com aflição para quem perdeu o pet durante foguetório

Estouro de fogos de artifício cria momento tenso para quem tem animais de estimação; relatos sobre fuga de cães e gatos aumentam após o Natal

Humberto Marques | 01/01/2018 14:20
Aires busca Mina, que desapareceu assustada em meio a queima de fogos no Réveillon. (Imagens: Reprodução/Facebook)
Aires busca Mina, que desapareceu assustada em meio a queima de fogos no Réveillon. (Imagens: Reprodução/Facebook)

Se para muita gente as queimas de fogos são um jeito de embelezar a chegada do Ano Novo, para dezenas de pessoas esse jeito de saudar 2018 trouxe o sofrimento da perda de seus animais de estimação. Uma breve visita em grupos de rede sociais em Campo Grande permite aos internautas lerem relatos sobre cães e gatos que, assustados em meio à barulheira da última noite, escaparam. E é no próprio ambiente virtual que donos desesperados ou pessoas que abrigaram animais se empenham em devolvê-los aos lares de origem.

O autônimo Aires Queiroz, 51, é um exemplo. Na tarde desta segunda-feira, seu foco era conseguir localizar Mina, que desapareceu por volta das 23h de sua casa na rua Vítor Meirelles na região do Santo Eugênio –próximo à avenida Guaicurus. “Na hora que começou a queima de fogos ela estava dentro de casa. Não teve sossego um minuto sequer nessa noite”, disse ele.

“Acho que ela conseguiu escalar a grade, não teria outro jeito de ela fugir”, teoriza Aires, alertando que Mina, de cerca de um ano de vida, teve a primeira cria há poucos dias. O dono espalhou em grupos na internet os telefones (67) 99197-1855 e (67) 99866-4585 na esperança de que alguém tenha abrigado a cadela e possa a devolver.

Assim como Aires, várias outras pessoas relatam terem perdido cães e gatos no Réveillon –aumentando a lista de desaparecimentos de animais de estimação nos períodos entre o Natal e o 1ºde janeiro, coincidentemente quando o uso de fogos de artifício é maior.

Medo – “Eles têm muito medo [dos fogos de artifício], até escalam portões no desespero. Fora que alguns até passam mal por causa do barulho”, afirmou Mirian Murakani, que atua há anos no resgate e tratamento de animais em Campo Grande.

A própria Mirian afirma que, graças ao foguetório, alterou sua rotina nos finais de ano, dando prioridade ao conforto dos pets. “A minha mesmo achei que ia morrer”, afirmou, relatando o pânico de seu animal de estimação.

Na última virada, Mirian afirma que o número de desaparecimentos dos quais lhe informaram foi menor que na comparação com o fim de ano anterior. No entanto, casos de fuga já se fazem presente nos cinco grupos de animais perdidos que ela monitora –entre eles o Cão Perdido – Campo Grande, MS, Animais Achados e Perdidos, Adoção, Doação e Informações, e o Adoção/Doação Responsável de Animais – Campo Grande Ms.

Drico teve seu final feliz: depois de fugir na madrugada, foi resgatado e devolvido ao dono.

Participação – A recomendação da ativista é que pessoas que perderam ou localizaram algum animal se valham da internet, principalmente das redes sociais, para realizar a divulgação. Fotos do pet e um contato são facilitadores para garantir que os mesmos possam voltar para casa com segurança.

Foi essa atitude que ajudou o professor de dança Leonardo Cunha, 22, a localizar o seu Drico nesta manhã. “Publiquei em páginas de ONGs, achados e perdidos e até na OLX. Não deu 15 minutos e me ligaram dizendo que ele foi localizado”, contou o morador da Vila Planalto, também relatando o sofrimento do cãozinho com os fogos.

“Ele ficou com muito medo. Por volta das 3h colocamos ele na frente da casa e ele fugiu por baixo do portão. Encontraram o Drico na parte de cima do bairro, chorando na chuva. A resgatante colocou ele dentro de casa, dormiu no quarto da filha dela”, contou Leonardo, recomendando o auxílio on-line nesses momentos. “Ajuda muito, acho que hoje é o melhor meio de busca de animais perdidos”.

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