Capital

Preso em operação, homem guardava centenas de imagens de abuso sexual infantil

Motorista foi preso em casa, no Jardim Noroeste, em ação contra exploração sexual infantil

Dayene Paz e Bruna Marques | 18/05/2022 07:38
Homem preso no Jardim Noroeste, em Campo Grande, nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)
Homem preso no Jardim Noroeste, em Campo Grande, nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)

Alvo da "Operação Predador", deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (18) contra exploração sexual infantil, motorista de aplicativo de 37 anos armazenava e compartilhava 17,5 gigabytes de material de abuso contra crianças e adolescentes. Ele foi preso em flagrante na residência onde mora com uma mulher, no Jardim Noroeste, local onde foram apreendidos três celulares e um computador, que serão periciados.

Além dele, um designer de 42 anos teve a casa alvo de buscas da polícia nesta manhã, no Bairro Coophavila. Lá, os policiais também flagraram armazenamento e compartilhamento de abuso sexual infantil na internet, sendo o homem preso em flagrante. Nesta residência, morava um casal e duas crianças. 

Computador apreendido em residência no Noroeste. (Foto: Henrique Kawaminami)

De acordo com a delegada Fernanda Mendes, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o objetivo da operação foi cumprir mandados de busca e apreensão. "Não é mandado de prisão, porque a gente não sabe quem na residência estava utilizando os equipamentos", explicou.

Celulares apreendidos pelos policiais nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)

A delegada informou que os dois alvos foram presos em flagrante. "Foram presos por armazenar, que é um crime permanente e autônomo, e compartilhar material de abuso sexual infantil", completou. 

Delegada Fernanda Mendes, que comanda operação em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

A operação acontece em alusão ao Dia Nacional de Combate a Exploração Sexual Infantil, no âmbito da campanha nacional "Maio Laranja", que visa incentivar a realização de atividades para conscientizar, prevenir, orientar e combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. 

"Não basta lembrar que o abuso sexual é uma das formas de violência que acontece dentro do ambiente doméstico ou fora dele, e neste último, notamos um aumento constante de crimes envolvendo o ambiente da internet", informou a Polícia Civil, revelando que a Depca recebe mais de 3 mil denúncias anualmente sobre a prática de crimes e violências contra crianças e adolescentes. 

Dia Nacional de Combate a Exploração Sexual Infantil - Em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Crespo, de oito anos de idade, desapareceu para nunca mais ser vista com vida. Seis dias depois, o corpo da menina foi localizado em um terreno baldio, próximo ao centro da cidade de Vitória, Espírito Santo. 

A menina foi espancada, estuprada, drogada e morta. Seu corpo foi desfigurado com ácido. À época do crime, os policiais ouviram diversas versões sobre o ocorrido. Após o julgamento e a absolvição dos suspeitos, o processo do Caso Araceli foi arquivado pela Justiça. 

A morte de Araceli, no entanto, serviu como alerta para toda a sociedade brasileira, exibindo a realidade de violências cometidas contra crianças. Pela brutalidade e truculência, a data do assassinato tornou-se um símbolo da luta contra essa violação de direitos humanos. Em 2000, por meio da Lei 9.970, foi instituído o dia 18 de maio como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.

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