Capital

Alunos voltam às aulas sem datas de reposição após maior greve da história

Aline dos Santos, Luana Rodrigues e Filipe Prado | 27/08/2015 08:06
Na escola Alcídio Pimentel, não houve adesão à greve. (Foto: Marcos Ermínio)
Na escola Alcídio Pimentel, não houve adesão à greve. (Foto: Marcos Ermínio)

A quinta-feira foi de volta às aulas para alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino), que enfrentaram em 2015 a mais longa greve de professores. O retorno foi sem calendário de reposição. “As 51 escolas que funcionavam de forma parcial voltaram. Hoje, as 94 escolas da rede funcionam normalmente”, afirma o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Alves Gonçalves.

A Reme tem 101 mil alunos. Desde antes das férias, algumas escolas adicionaram uma hora aula e fizeram reposição aos sábados e feriados. Nesta semana, a Semed (Secretaria Municipal de Educação), divulgou que apenas 337 dos 6 mil professores estavam em greve. Na escola Alcídio Pimentel, não houve paralisação. 

Segundo o presidente da ACP, a reposição dos dias letivos será discutida entre hoje e amanhã. A discussão será entre o sindicato, o conselho municipal de Educação e o novo titular da secretaria municipal de Educação. Com o retorno de Alcides Bernal (PP) à prefeitura, o titular da pasta deve ser trocado.

Na Escola Professor Adair de Oliveira, na Vila Piratininga, a vigilante Daniela de Souza, 35 anos, comemorou o fim da greve, mas teme pela qualidade de ensino. “Por mais que vão repor as aulas, as crianças vão ficar prejudicada, não vai dar tempo de ensinar todo o conteúdo até o fim do ano. E muitas crianças não vêm no dia de reposição, como no sábado”, afirma Daniela mãe de uma aluna de 7 anos. A menina cursa o terceiro ano do ensino fundamental.

“Ela estava entediada e queria muito vir para a escola. Acho que eles vão meio que empurrar as crianças para passar de série”, diz.

Hoje, as aulas também voltaram ao normal nas escolas Bernardo Franco Baís, Consulesa Margarida Maksoud Trad e João Evangelista Vieira de Almeida. A greve começou no dia 25 de maio deste ano e foi interrompida por 15 dias durante as férias de julho. Portanto, mais de 90 dias sem aulas. A greve anterior mais longa demorou 21 dias e ocorreu em 1990, na gestão de Lúdio Martins Coelho.

O fim da paralisação foi anunciado na última segunda-feira, após reunião no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). A expectativa é que a Justiça decida sobre a greve, contudo, a categoria também quer abrir negociação com a nova administração municipal. Os professores cobram reajuste de 13,01%, que integraliza o piso da categoria para a jornada de 20 horas semanais. 

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