Alunos denunciam onda de assalto perto de escola no Aero Rancho
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Os estudantes do período noturno da Escola Estadual Sílvio Oliveira Santos, no Bairro Aero Rancho, estão com medo da onda de violência em frente ao colégio. Na noite de quarta-feira (21) os alunos relataram que quatro assaltos a mão armada foram realizados no horário de entrada, por volta das 19h, e ameaçaram deixar a escola.
Conforme uma adolescente, 16 anos, que não quis se identificar, ela estuda há três anos na escola e está no 3º ano do ensino médio, os casos já acontecem há três meses. “Estamos horrorizados com essa situação, a falta de iluminação na rua da escola e nas ruas próximas”, comentou.
“Eles passam a mão e não estão nem ai. Eu que nunca tinha visto uma arma, fiquei paralisada com medo do que pudesse acontecer, além das pessoas correndo”, assumiu a estudante, sobre os assaltos frequentes.
No dia 21 ela afirmou que mais quatro assaltos foram realizados e conseguiram identificar dois autores, que seriam menores de idade. “Chamamos a policia e eles foram lá, porém disseram que não poderiam fazer nada pelo fato dos meninos serem menores”, contou.
De acordo com a estudante, os quatros assaltos ocorreram na entrada dos alunos na escola, e um deles acabou sendo agredido pelos ladrões, que acabou levando um coronhada, por não querer entregar o objeto pedido.
Alguns alunos, com medo, pensam em deixar a escola, como os participantes do curso técnico em Meio Ambiente, segundo a agente comunitária de saúde Maiza Mendes, 45. “O ponto de ônibus da Avenida Ernesto Geisel não tem iluminação e o outro mais próximo também não. Com isso os alunos ficam inseguros”, apontou.
“Agora eu pergunto, como que nós estudantes ficamos? Trabalhamos o dia inteiro, vamos para a escola à noite pra sermos roubados por dois delinquentes? E a nossa segurança? Muitos alunos estão pensando em deixar a escola por conta disso, por conta do medo”, reconheceu a aluna.
Por conta dos roubos desta quarta-feira os alunos foram liberados mais cedo pela direção da escola, segundo relato dos estudantes. “Se os assaltos aconteceram na hora da entrada, imagina na saída?”, constatou Maiza.
Conforme o sargento do 10º Batalhão da Polícia Militar, Guilberto Mergareno, não há ocorrências registradas na unidade sobre os assaltos ocorridos em frente à escola. Ele relatou que o policiamento da área foi intensificado, com cerca de 45 alunos sargentos, e que houve chamadas sobre roubos de celulares em alunos, porém eles acabam não registrando as ocorrências.
“Isso acontece mais no período da tarde e noite. Antes o número de assaltos deste tipo era maior, mas deu uma diminuída”, afirmou. Ele disse que a maioria destes assaltos é realizado por adolescentes, que trocam os aparelhos por drogas.
Mas a situação não é exclusiva da escola, segundo a funcionária pública Deisi Pires Batista, 26, o Aero Rancho é um bairro com muita violência. “Os assaltos acontecem mais nos dias de feira, quando pessoas de outros bairros vêm aqui. Agora muitas famílias estão deixando de ir até na feira”, revelou.
O Campo Grande News também procurou a Secretaria Estadual de Educação, mas não houve retorno sobre a violência no entorno da escola até a publicação da matéria. A direção da escola informou que só a secretaria pode falar sobre o assunto.