Capital

Alunos de delegado morto querem liberação de livro censurado

Paula Maciulevicius | 29/06/2013 17:38
A movimentação seguiu para a Praça do Rádio, onde teve a distribuição, feita por familiares, de alguns dos exemplares do livro. (Foto: João Garrigó)
A movimentação seguiu para a Praça do Rádio, onde teve a distribuição, feita por familiares, de alguns dos exemplares do livro. (Foto: João Garrigó)

No manifesto por Justiça que reuniu colegas de profissão e alunos do delegado aposentado Paulo Magalhães, de 57 anos, assassinado na última terça-feira, acadêmicos de Direito pediram a liberação do livro “Conspiração Federal”, escrito por ele e censurado pela Justiça.

A movimentação que se concentrou nos altos da avenida Afonso Pena, no Parque das Nações, seguiu para a Praça do Rádio, e teve a distribuição de alguns dos exemplares do livro. Em sala de aula, as estudantes Letícia Silva e Priscila Mendes, relataram sempre terem ouvido falar do manuscrito e agora fazem parte do movimento dos que pedem a disponibilização. “Se foi proibido é porque deve dizer a verdade e os acadêmicos vão batalhar para que esse livro seja disponível”, defendiam as alunas.

“Conspiração Federal” foi o resultado das investigações feitas por Paulo Magalhães em cima das câmeras clandestinas instaladas no presídio federal, onde cinco agentes penitenciários denunciavam a existência da gravação de encontros íntimos dos presos e inúmeras outras irregularidades no local, a mando de juiz federal.


Paulo Magalhães foi executado a tiros enquanto esperava que a filha de 11 anos saísse da escola no último dia 25. O crime foi na rua Alagoas, próximo à Rua da Paz, no Jardim dos Estados, em Campo Grande. No total, seis tiros de pistola 9 mm atingiram Paulo.

O delegado respondia na Justiça, até ano passado, 21 ações criminais e 8 cíveis sob a alegação de calúnia e difamação contra servidores públicos federais e estaduais. Na mesma publicação, na página da ONG Brasil Verdade, a qual presidia, ele garantiu já ter sido alvo de 3 pedidos de prisão preventiva, inclusive, pela Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul “sob argumento de que pratica reiteradamente calúnias e difamações”. A investigação da morte de Magalhães está sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios. (Colaborou Giselli Figueiredo)

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