Capital

Agepen eleva altura dos bloqueadores de celular para evitar "pontos cegos"

Ricardo Campos Jr. | 28/09/2015 16:04
Presídio de segurança máxima faz parte do complexo penitenciário (Foto: Marcos Ermínio)
Presídio de segurança máxima faz parte do complexo penitenciário (Foto: Marcos Ermínio)

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) vai aumentar a altura dos bloqueadores de celular no Complexo Penitenciário de Campo Grande, localizado no Jardim Noroeste, para aprimorar o sistema. A medida deve dificultar o surgimento de “pontos cegos” dentro dos presídios, onde detentos conseguiam usar telefones móveis mesmo com a interferência dos aparelhos.

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, foram comprados dez postes com dez metros de altura cada para aumentar o alcance dos dispositivos. Eles também devem evitar que os presos quebrem os bloqueadores.

A empresa responsável pelo sistema estuda ampliar a tecnologia para restringir o acesso a wi-fi e 4G, tendo em vista que os aparelhos atuais coíbem apenas os smartphones que operam em 3G.

O sistema, ainda segundo a Agepen, é apenas um dos elementos na política de combate à comunicação externa dos detentos, já que os agentes penitenciários atuam de forma efetiva nas revistas de visitantes e realiza operações pente-fino para apreender os celulares que acabam chegando às mãos dos internos. Somente em setembro, de acordo com o órgão, foram apreendidos 80 telefones no complexo.

Eficácia – O sistema foi instalado em 2014. Na ocasião, foi divulgado que se tratava de uma tecnologia de ponta. Já o custo total não foi revelado. Em 14 de outubro de 2013, o Diário Oficial do Estado publicou um contrato de R$ 326,9 mil relativo à instalação elétrica para implantação do sistema de bloqueadores.

O Campo Grande News já denunciou a ineficácia dos aparelhos em junho deste ano, já que meses antes internos divulgaram vídeos de rebelião gravados com celular.

A ineficácia do sistema também é apontada pelo Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul). “Os bloqueadores não funcionam. O tipo de tecnologia é ultrapassado ou não é eficiente. Tem pontos 'cegos'. Interfere na ligação, mas não bloqueiam sinal de internet”, afirma o presidente do sindicato, André Luiz Garcia Santiago.

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