Capital

Adolescentes denunciam situação precária em unidade de acolhimento

Alan Diógenes | 15/10/2015 16:41
Móveis dentro da unidade estão quebrados e sem condições de uso. (Foto: Direto das Ruas)
Móveis dentro da unidade estão quebrados e sem condições de uso. (Foto: Direto das Ruas)

Jovens que moram em uma Unidade de Acolhimento Institucional, localizada na Rua Pernambuco, Vila Gomes, em Campo Grande, reclamam da situação precária em que vivem e no abandono do local. Antes da troca da prefeito, a solução para o problema era reformar a casa, agora a medida tomada pelos responsáveis e conselheiros tutelares é alugar um novo prédio para abrigar os menores.

Conforme um dos acolhidos, que preferiu não se identificar por medo de represálias, o local virou um verdadeiro “depósito de adolescentes” e até mesmo agressão física já aconteceu. “Está um caos, abandonaram a gente aqui. A alimentação é inadequada, sem falar que já houve caso de funcionário agredir adolescente ou agressão entre os próprios acolhidos. Ficamos o dia todo sem fazer nada porque não existem atividades socioeducativas. Espero que as condições para nós melhorem”, comentou.

A juíza Katy Braun, que encaminha os adolescentes para lá e que também fiscaliza o trabalho na unidade, disse que são os próprios acolhidos, que “revoltados” com as regras impostas, acabam agindo com vandalismo. “É um casa que abriga meninos de 12 a 18 anos, ou seja, uma fase difícil. Muitos já viveram na rua, fazem ou já fizeram uso de drogas. Eles quebraram vidros e até mesmo portas de ferro na unidade”, explicou.

Ela negou qualquer denúncia feita pelos acolhidos. “Eles possuem colchões bons e roupas limpas, sem falar que funcionários como: assistentes sociais e conselheiros tutelares estão sempra a disposição. A alimentação da casa também é adequada. De qualquer forma, encaminhamos o fato à prefeitura para que tome as providências cabíveis”, mencionou.

A assistente social Marcela Rodrigues, que é secretária da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), e também atende a unidade, também disse que os próprios jovens agem com violência. “A casa funciona há mais de um ano e quando começou os trabalhos compramos móveis, beliches e guarda-roupas, mas eles mesmo destruíram. Sem falar que sobem no telhado no final de semana para fugir e acabam quebrando as telhas. A gente manda arrumar, como as paredes que estavam pichadas e foram pintadas, mas depois está tudo estragado novamente”, salientou.

Em Campo Grande existe 14 unidades como esta espalhadas pela cidade, que atende menores em conflito com a família, que são usuários de drogas ou foram tirados da prostituição.Veja abaixo mais imagens do interior do abrigo:

Nos siga no