Capital

Adolescente diz que apenas uma arma foi usada em roubo a supermercado

Aline dos Santos | 09/07/2011 09:20

Duplo homícidio ganha mais uma versão conflitante

Após crime, local não foi preservado e várias pesoas entraram em supermercado. (Foto: Reprodução)
Após crime, local não foi preservado e várias pesoas entraram em supermercado. (Foto: Reprodução)

O assalto que terminou em duplo homícidio em um supermercado no bairro Taveirópolis, em Campo Grande, ganhou mais uma versão conflitante.

Em depoimento ao MPE (Ministério Público Estadual), o adolescente que participou do roubo afirma que ele e Maycon Higor Aquino Paes, o segundo assaltante, entraram no mercado somente com uma pistola calibre 22.

Segundo o ladrão, a arma estava sem munição e permaneceu o tempo todo em seu poder. O depoimento foi dado à promotora Vera Aparecida Bogalho.

O adolescente relata que quando deixavam o local do assalto, apareceu uma pessoa de fora que começou a atirar. A pessoa citada é um policial militar.

Na ação, foram mortos o assaltante Maycon, de 18 anos, e o gerente do supermercado, Carlos Expedito Ferreira Boccia, de 41 anos.

Contudo, diferente da versão do adolescente, três armas foram apreendidas no local do crime: a arma calibre 22, um revólver calibre 38 (encontrado com Maycon) e a pistola utilizada pelo policial.

Somente exame de balística vai comprovar de que arma partiu os disparos. Mas o vídeo de circuito interno do supermercado mostra que somente o policial atirou. Nas imagens, também fica visível que o local do crime não foi preservado e o corpo do bandido estendido no chão chegou a ser tocado.

O crime é marcado por versões conflitantes. Inicialmente, a informação é de que os ladrões reagiram e houve troca de tiros. Em seguida, foi divulgado que o policial militar estava em uma loja em frente ao mercado, quando foi avisado do assalto ao supermercado. O policial estava de folga e à paisana.

Já moradores afirmam que o policial era segurança do local, o que é proibido. Conforme o comando da PM, não há comprovação de que o policial fazia bico como vigia.

Segundo o coronel Carlos Alberto David dos Santos, o PM agiu corretamente. Pela análise das imagens, o comandante avalia que Maycon ameaçou sacar a arma de fogo ao colocar a mão no bolso no momento que saía do mercado, quando encontrou com o militar.

Maycon tinha uma passagem criminal por assalto a uma pizzaria. O gerente Carlos trabalhou toda a vida no supermercado, onde entrou como faxineiro.

O caso está na 6ª Delegacia de Polícia Civil, que investiga se o policial agiu em legítima defesa no duplo homicídio bem como se cometeu excessos. A Corregedoria da PM apura possíveis crimes militares.

Já o MPE vai responsabilizar o adolescente somente por roubo, descartando crime de latrocínio (roubo seguido de morte). Para o Ministério Público, o vídeo gravado pelas câmeras do supermercado mostra que o adolescente não efetuou disparos.

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