Adolescente denuncia que sofreu abuso por quatro anos de suposto pai de santo
Com esta denúncia sobe para cinco número de vítimas do pai de santo
A história do suposto pai de santo que teria abusado de crianças durante rituais ganha mais uma vítima. A trama de terror vivida pelos pequenos não parece estar próximo do fim, isso porque a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) acredita que possa haver mais vítimas, como a adolescente que denunciou esta semana.
Depois de tomar conhecimento das acusações contra o homem e saber que a Polícia está à procura de mais crianças que tenham sofrido violência, a jovem procurou à Polícia.
Para a delegada da Depca, Regina Márcia Rodrigues, a garota relatou que foi abusada durante quatro anos, dos 3 até os 7 anos de idade. Além dos abusos, o pai de santo ameaçava que caso a menina contasse, ele mataria ela e a família.
Segundo a delegada, a adolescente ainda carrega as marcas da violência por qual passou. Marcas de cigarro no rosto e nas pernas estão presentes até hoje.
Com a denúncia dela, sobe para cinco o número de vítimas confirmadas. Mesmo com o caso da adolescente vindo à tona agora, o crime ainda não prescreveu. O homem é apontado ainda como autor de estupro a quatro crianças. Uma das três crianças é a filha do acusado e as outras são vizinhas, sendo uma delas de seis anos.
O suposto pai de santo ainda está foragido. A justiça negou revogação da prisão temporária e ele não foi localizado desde a decretação da prisão.
Conforme a advogada Katiusci Sandim Vilela, ele só vai se entregar à Polícia se o tribunal negar o pedido. Na decisão da juíza Vara da Infância, Juventude e do Idoso, Katy Braun do Prado, consta que o acusado está amedrontando testemunhas.
A tese é refutada pela defesa. “Ele é quem se sente ameaçado e teve a casa incendiada”, afirma a advogada. De acordo com a delegada, o acusado será preso assim que localizado.
Caso - A Polícia descobriu o caso depois que uma menina de 6 anos foi estuprada pelo próprio tio, no último dia 24 de junho. A denúncia foi feita por um vizinho. A criança foi encaminhada para um abrigo e relatou que participava de rituais com outras crianças, quando o autor dos abusos era o suposto pai de santo.
Ele dilacerava galinhas vivas na frente das vítimas. Em seguida, ficava nu e as mandava pegarem no seu órgão genital, alegando que iriam ganhar força. O sangue dos animais era espalhado pelo corpo das crianças.
A casa dele, no Jardim Montevideu, foi incendiada após a denúncia vir a público.
O homem apontado como pai de santo não tem registro na Fecams (Federação de Cultos Afro-brasileiros e Ameríndios de Mato Grosso do Sul), que reúne sacerdotes da umbanda e candomblé.