Capital

Acusado de assédio em presídio volta ao serviço e revolta mulheres

Defesa aponta que abraço foi mal-entendido e que agente “não oferece perigo nenhum”

Aline dos Santos | 22/07/2021 09:45
Funcionária da limpeza denunciou assédio de servidor no banheiro do presídio. (Foto: Arquivo)
Funcionária da limpeza denunciou assédio de servidor no banheiro do presídio. (Foto: Arquivo)

Endereço dos presos mais perigosos do Brasil, a penitenciária federal de Campo Grande vive clima de tensão, entre o público feminino, pela volta ao trabalho de servidor denunciado por assediar funcionária da limpeza. 

O caso de importunação sexual foi levado à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) em 29 de outubro do ano passado. A funcionária, de 19 anos, contou que fazia a limpeza do banheiro quando o agente federal de execução penal, de 48 anos, foi ao local e tentou agarrá-la. 

Conforme reclamação encaminhada ao Campo Grande News, o servidor retornou ao trabalho no último dia 13. “O retorno deixou as mulheres com medo e assustadas, principalmente as contratadas. Várias já reclamaram da conduta abusiva dele para seus superiores”, diz a denunciante, que pediu para não ser identificada. Ainda segundo ela, o agente faz piada sobre o caso de importunação sexual. “Daí junta com o fato dele ter arma, dar cursos de armamento e tiro privados, causa muito medo”. 

De acordo com o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), “os fatos relatados são objeto de apuração em processo disciplinar de conteúdo sigiloso em trâmite na corregedoria-geral”. 

Já o inquérito sobre a denúncia de importunação sexual foi remetido em março deste ano pela Deam para o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).  A reportagem aguarda informação se houve indiciamento. 

A defesa do agente federal de execução penal informa que ele é inocente da acusação e retornou ao trabalho porque o limite de afastamento é de 60 dias. 

De acordo com o advogado Eriko Silva Santos, o servidor disse à funcionária que iria lhe dar uma tintura para os cabelos. Na sequência, ela o abraçou na porta do banheiro. A cena foi vista por uma colega, que a orientou a fazer denúncia. “Deu um abraço nessa menina. Ele daria um presente para o cabelo dela. Ele não oferece perigo nenhum”. 

 

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