Capital

Acidentes são diários em rua de mão dupla que vira mão única na curva

Bruno Chaves | 31/08/2013 11:17
Carros enfrentam dificuldades para atravessarem curva estreita (Foto: Marcos Ermínio)
Carros enfrentam dificuldades para atravessarem curva estreita (Foto: Marcos Ermínio)

Uma curva na Rua Felipe Camarão, próximo ao entroncamento com a Rua Araújo Lima, no Parque Dallas, em Campo Grande, é tão “apertada” que só uma caminhonete passa pelo local. Os acidentes na curva são constantes e os motivos apontados por motoristas e moradores são a largura da curva e a alta velocidade dos veículos, além de sinalização inadequada.

No local, de acordo com a aposentada e estudante de Direito Sônia Cristina Lima Pires, 51 anos, que mora ao lado da curva, as placas de trânsito foram derrubadas e roubadas. Para os motoristas, a única informação é a sinalização horizontal.

Quem trafega na Rua Felipe Camarão, sentido Avenida Três Barras/Avenida Interlagos, não percebe ou ignora uma seta pintada no asfalto que obriga o motorista a fazer conversão a direita, ou seja, sem a placa de “Sentido Proibido” todos os motoristas seguem a diante na curva, que, teoricamente, não é mão dupla.

“Não tem lógica. Uma quadra é de mão única e o restante é de mão dupla. Só confunde”, afirma o arquiteto Carlos Charbel, 29 anos, que mora na Rua Araújo Lima e passa pelo local todos os dias.

Ele ainda conta que o local é perigoso, já que “a pessoa entra com tudo e acaba pegando a contramão na curva apertada, que mal cabem dois carros”. Para Carlos, a solução seria a instalação de um semáforo ou transformar o local em mão única.

Sônia é umas das moradoras da região que mais enfrentam dificuldades com a situação. Ela conta que no início da manhã, quando precisa sair de casa, é preciso tirar o carro da garagem com a mão na buzina para fazer muito barulho.

“É o jeito. Preciso alertar que vem na rua. Meu medo é de um motociclista bater no meu carro e morrer. Eles passam voando por aqui e direto tem acidente Está muito perigoso e posso matar alguém”, se queixa.

Moradora mostra a curva e a dificuldade em atravessá-la (Foto: Marcos Ermínio)
Para arquiteto, umas das soluções seria transformar a rua em mão única (Foto: Marcos Ermínio)

A moradora ainda disse que nos horários de pico, início da manhã e início da noite, a situação se agrava. Em poucos minutos que a reportagem permaneceu no local era possível perceber a imprudência, velocidade e cara de espanto dos motoristas, de carros, motos e caminhões.

“Já pensei em até convidar o prefeito e a primeira dama para dormirem aqui em casa e perceberem que está perigoso”, comentou Sônia ao dizer que já procurou ajuda na Prefeitura de Campo Grande e na Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) para que uma solução para a curva apertada seja encontrada.

O empresário Ronan Bérgamo Teixeira, 32 anos, também mora na Rua Felipe Camarão, bem na curva perigosa. Ele disse que o local é palco para frequentes acidentes, principalmente envolvendo motociclistas.

“Duas vezes bateram na minha casa, mas eu não estava. Os motociclistas esquecem e quando da de frente com o carro ou caminhão, ele se joga na calçada. Meu portão está amassado por causa disso. Hoje mesmo aconteceu um acidente lá”, disse.

Ronan também afirmou que já procurou a Agetran e a Câmara de Vereadores para que a rua seja transformada em mão única, mas até agora as reivindicações não foram atendidas.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da prefeitura para conversa acerca da situação, mas as ligações não foram atendidas.

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