Capital

Avenida Afonso Pena de cara nova pela primeira vez em 101 anos

Paula Maciulevicius | 10/12/2011 14:40

Recapeamento foi entregue neste sábado, antes do tempo previsto

Projetada em 1910, avenida se tornou Afonso Pena seis anos mais tarde em homenagem ao presidente que aprovou o traçado da ferrovia de Campo Grande. (Foto: João Garrigó)
Projetada em 1910, avenida se tornou Afonso Pena seis anos mais tarde em homenagem ao presidente que aprovou o traçado da ferrovia de Campo Grande. (Foto: João Garrigó)

Da Praça Newton Cavalcante ao Parque dos Poderes, os 7,8 quilômetros da avenida Afonso Pena tem em cada pedaço 101 anos de história que recém foram repaginados. A mais movimentada e principal via de Campo Grande se transformou em um tapete em apenas 76 dias.

As buzinas, luzes de carros e passos apressados dos pedestres foram parcialmente interrompidos desde o dia 17 de setembro, devido às interdições necessárias para o trabalho das máquinas.

Operadores e o maquinário, que fizeram parte da avenida por dois meses e meio, deram os últimos retoques na manhã deste sábado, no momento da inauguração do recapeamento. Depois disso o que se viu foram motoristas, motociclistas e ciclistas aproveitando a benfeitoria.

O trabalho foi entregue e a dúvida que fica é qual será o próximo trecho a ganhar cara nova. Questionado, o governador André Puccinelli (PMDB) respondeu “cabe ao prefeito definir para que nós interferirmos em conjunto”, alega.

O resultado do recapeamento entregue hoje faz parte do Balanço MS Forte. Para a revitalização da avenida foram orçados R$ 6,9 milhão. “Foi a união da classe política. Eu louvo a Câmara Municipal, a Assembleia e a Câmara Federal”, ressaltou Puccinelli.

Durante a inauguração, o que mais se sentiu foi o calor. E não é para menos. A temperatura máxima prevista de 32°C com certeza foi alcançada na manhã deste sábado. A explicação vem do próprio motivo de comemoração, o asfalto.

Em uma conversa com o engenheiro responsável pelo projeto, que demandou 50 profissionais e 12 máquinas, o asfalto sai da usina onde é feito beirando 150°C e mesmo depois de colocado, leva um dia até se resfriar.

“Na temperatura ideal ele tem que estar pelo menos em 120°C, abaixo disso fica ruim, ele não fixa”, explica Gerson Luiz Gomes.

O calor que vem da colocação do asfalto mostra, o material sai fervendo da usina. (Foto: João Garrigó)

A dúvida que surgiu na cabeça de muitos motoristas foi da qualidade do recapeamento em relação as obras “tapa-buraco”. A diferença, segundo o engenheiro é devido o tamanho da área.

“O asfalto não tem diferença nenhuma, o que muda é a área pequena de um tapa-buraco, que é feito manual”, diz.

Para o recapeamento, o asfalto saía da usina próximo ao Inferninho, chegava no caminhão, era desovado na pista e compactado através de dois maquinários. Primeiro a vibro acabadora de asfalto e depois o que deixa a pista lisinha como um tapete, o rolo compactador que “chapa” material na via.

A garantia de que, faça chuva ou faça sol, a avenida não vai ter buracos vem do próprio engenheiro. “Não abre não, pode ter certeza”, diz Gerson Gomes.

Este foi o primeiro “banho” da avenida Afonso Pena, projetada em formato de rua na década de 1910. Afonso Pena foi antes avenida Marechal Hermes. A troca de nomes só aconteceu seis anos depois, por iniciativa do vereador Francisco Vidal em homenagem ao presidente que aprovou o traçado da ferrovia de Campo Grande.

O nome da avenida vem de Minas Gerais. Afonso Augusto Moreira Pena nasceu em 30 de novembro de 1847 e foi presidente da República de novembro de 1906 a junho de 1909.

Formado em Direito, o mineiro Afonso Augusto Moreira Pena começou a carreira política como deputado pelo Estado de Minas Gerais em 1874. Posteriormente foi deputado federal, ministro, governador de Minas Gerais, vice-presidente de Rodrigues Alves, até que em 15 de novembro de 1906 foi elevado à presidência. 

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