Capital

"Tentava reatar de maneira violenta", diz polícia sobre ex-namorado de major

A delegada contou ainda que a ex-mulher de Hilário sofreu violência doméstica durante 12 anos

Viviane Oliveira e Clayton Neves | 21/02/2020 11:45
Hilário chegou a ser socorrido à Santa Casa, mas não resistiu (Foto: reprodução/Facebook)
Hilário chegou a ser socorrido à Santa Casa, mas não resistiu (Foto: reprodução/Facebook)

"Tentava reatar de maneira abusiva e violenta", disse nesta manhã em coletiva de imprensa, a delegada da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Fernanda Félix, sobre o caso da major de 46 anos, que matou o ex-namorado, Hilário Bueno de Camargo, 52 anos, para se defender. O caso aconteceu por volta das 16h30 de ontem (20), na Rua Canela, na Vila Carvalho, em Campo Grande.

Segundo a delegada, responsável pelo caso, no dia 14 de setembro do ano passado, a major registrou boletim de ocorrência contra Hilário por cárcere privado, lesão corporal, ameaça e injúria. À época, a vítima estava em um churrasco na casa de amigos, quando Hilário teve crise de ciúmes dizendo que a namorada estava muito bonita provocando olhares de outros homens. Os dois foram embora e continuaram a discussão. Naquele dia, a vítima foi mantida refém por 7 horas, agredida verbal e fisicamente com chutes e socos.

Testemunhas confirmaram o fato. Foi solicitado, então, medida protetiva que impedia o homem de se aproximar e manter contato com a major. Na ocasião ele não foi encontrado, mas a medida foi citada em edital. "O inquérito foi concluído e Hilário indiciado", explicou. A delegada contou ainda que a ex-mulher de Hilário sofreu violência doméstica durante 12 anos e se dispôs a testemunhar a favor da major no decorrer do inquérito policial. Hilário trabalhava como representante comercial.

Delegada, Fernanda Félix, durante coletiva de imprensa nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)

"Ele não aceitava o fim do relacionamento, não respeitava a medida protetiva e insistia em procurá-la. Ontem, segundo a polícia, Hilário arrombou o portão para ter acesso à casa da major. Ela não estava e quando chegou se deparou com o ex armado com uma faca. Os dois discutiram e ele foi para cima da policial. "Acreditamos plenamente que houve legítima defesa. O único meio que ela tinha para se defender era a arma", disse a delegada. Hilário tinha passagem pela polícia por ameaça (2012), lesão corporal (2016), vias de fato (2017) e sequestro e cárcere privado (2019).

Corregedoria - Inicialmente, o comando da Polícia Militar, via assessoria, havia informado que a Corregedoria iria instaurar inquérito para investigar o caso. Uma hora e meia depois, a PM encaminhou outra nota, informando que, "a Corregedoria da PM/MS acompanhou In Loco toda a situação, e como a Major havia feito um boletim de ocorrência anteriormente, ficando assim resguardada, foi vitima do fato. Sendo assim, todo o procedimento investigatório será realizado pela Polícia Civil. Portanto, a major não será afastada, a não ser que haja vontade própria devido à situação psicológica". 

Depois do crime - Visivelmente abalada, a major precisou de atendimento médico e foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital da Unimed. Hilário foi levado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa, onde morreu horas depois. A faca e a arma utilizada no crime foram apreendidas. 

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