Capital

“Psicopata, me ajuda”, foram palavras de florista após ser baleada pelo ex

Funcionária de uma floricultura, Regiane Farias foi ferida quando chegava para trabalhar, chegou a ser socorrida, mas não resistiu

Anahi Zurutuza e Clayton Neves | 20/01/2020 11:18
Regiane Fernandes da Farias posa para foto postada em rede social (Foto: Facebook/Reprodução)
Regiane Fernandes da Farias posa para foto postada em rede social (Foto: Facebook/Reprodução)

“Piscopata... me ajuda... tá doendo”. As palavras desconexas foram ditas por Regiane Fernandes de Farias, 39 anos, logo após levar tiros disparados por Suetônio Pereira Ferreira, mais conhecido como Toni, de 57 anos, o ex-namorado da vítima.

Funcionária de uma floricultura no Carandá Bosque, ela foi ferida quando chegava para trabalhar, chegou a ser socorrida, mas morreu na Santa Casa. As últimas palavras foram ditas à colega de trabalho, ouvida pela delegada Jenifer Estevam de Araujo, no dia do crime. Foi a auxiliar administrativa, de 39 anos, que acompanhou a amiga na ambulância até o hospital, conforme consta no registro da ocorrência.

À polícia, ela relatou que entrava na câmara fria da floricultura para pegar flores para um arranjo quando ouviu o motorista dizer ao dono da empresa que Toni havia abordado a ex-namorada em frente ao estabelecimento e estava armado. Foi quando ela começou a ouvir os disparos espaçados.

O patrão pediu que todo mundo entrasse numa van e se abaixasse para que fugissem o local. As cinco pessoas, entre funcionários e proprietários da floricultura, temiam que Toni atirasse contra elas, uma vez que o comércio tem somente um acesso. Quando saíram do local, segundo a testemunha, foi possível ouvir o último disparo e o patrão contou que o homem havia atirado contra a própria cabeça.

A funcionária contou ainda que neste momento, o patrão parou o veículo e desceu. Ele foi em direção a Toni e chutou a arma para longa. Ela foi socorrer a colega. O Corpo de Bombeiros, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a PM (Polícia Militar) chegaram em seguida.

Regiane morreu na noite daquele sábado (18) após cirurgia na Santa Casa. Suetônio Pereira Ferreira continua internado, sem correr risco de morrer, segundo o hospital. Ele permanece internado sob escolta. A delegada já pediu que ele fique preso por tempo indeterminado.

Testemunhas viram Toni esperando por Regiane no banco do passageiro de um veículo estacionado na Rua Vitório Zeolla, onde fica a floricultura. O motorista era um homem careca. Não há informações sobre a identificação ou prisão do mesmo.

Movimentação no local do crime, na manhã de sábado (Foto: Henrique Kawaminami)

O relacionamento – A auxiliar administrativa se recordou que a colega terminou o namoro com Toni no dia 21 de novembro, dia do aniversário dele. Ele havia ficado bravo porque a florista não pode sair mais cedo do trabalho para comemorar, segundo contou a vítima. Aos colegas de trabalho, Regiane dizia que o namorado era possessivo e ciumento, mas nunca relatou agressão física.

A amiga narrou ainda que após o término, Toni ficava mandando mensagens para a vítima dizendo que estava sofrendo e que não sabia viver sem ela.

A funcionária registrou no depoimento ainda que na noite anterior ao crime, por volta das 18h, o telefone da empresa recebeu ligação estranha. Uma mulher pediu para falar com Regiane e quando a vítima atendeu, a mesma se identificou como vizinha de Toni, mas antes de dizer do que se tratava, a ligação caiu. A florista tentou retornar para o número, mas celular só dava desligado.

Segundo a colega, Regiane ficou preocupada porque dias a antes havia recebido uma ligação da irmã de Toni que a avisou sobre o ex ter comprado uma arma. A vítima temia, contudo, que ele tentasse contra a própria vida.

Depois do ocorrido, lembra a funcionária, a patroa comentou que ainda naquela noite, telefonou para Regiane para saber se ela havia conseguido falar com Toni e florista respondeu ele havia dito apenas que não estava bem porque estava gripado e havia se envolvido em acidente de trânsito.

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