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"Há algum tempo isso não ocorre", diz trabalhador sobre rio que transbordou

Em dois dias choveu quase a metade do esperado para todo o mês novembro. A previsão é de mais pancadas para esta quinta e sexta-feira

Christiane Reis, Luana Rodrigues e Amanda Bogo | 30/11/2016 19:16
Chuva foi no meio da tarde, mas, já no começo da noite, o nível do Rio Anhanduí na região do Aero Rancho ainda estava acima do normal (Foto: Alcides Neto)
Chuva foi no meio da tarde, mas, já no começo da noite, o nível do Rio Anhanduí na região do Aero Rancho ainda estava acima do normal (Foto: Alcides Neto)
Everton Segória contou que a água invadiu o pátio do posto de combustível. (Foto: Alcides Neto)

“Há algum tempo isso não ocorre. Chamou muito a atenção, mas o bom é que a água baixou rápido”, disse o gerente de pista Everton de Lima Segória, 24 anos, ainda no pátio do posto de combustíveis onde trabalha, no Aero Rancho, sobre o transbordamento do Rio Anhanduí, durante a forte chuva desta quarta-feira (30), em Campo Grande. Segundo ele, o leito transbordou por volta das 17h40.

Ele disse ainda que a água invadiu o pátio do posto, mas não danificou nada. Ali perto, na Avenida Raquel de Queiroz, o volume de água foi grande o suficiente para impedir que os motoristas seguissem seu trajeto cotidiano.

Outras localidades da região também inundaram. É o caso da Rua Arquiteto Vilanova Artigas, também no Aero Rancho, setor 6.

No Residencial Celina Jallad, moradores também tiveram casas alagadas por uma mistura de esgoto e lama. A água saiu do ralo do banheiro das casas, depois que o esgoto encheu por conta do temporal.

Segundo a aposentada Maria Clara Areco, 42 anos, após alguns minutos de chuva, os moradores foram surpreendidos com água saindo do banheiro e inundando quarto, sala. “Molhou tudo lá dentro e a gente não sabia o que fazer para tirar”, conta.

Ela contou que seis casas da rua em que ela mora ficaram alagadas. “E agora está um mau cheiro horrível, acho que é até perigoso pegarmos alguma doença”, diz.

Na Avenida Tancredo Neves, no cruzamento com a Ezequiel Ferreira Lima, ainda no Aero Rancho, a água também cobriu o asfalto. O mesmo aconteceu em trecho da Rua da Divisão, no Parati, próximo dali.

A moradora do Bairro Parati, Idê Corrêa Costa, 45 anos, informou que os carros só não foram arrastados porque os motoristas se refugiaram no posto de combustível. “Toda vez que chove é isso, fica tudo alagado e nós não temos o que fazer”, contou Idê Costa, que mora no bairro há 17 anos.

A Rua Tancredo Neves, no Aero Rancho, ficou alagada. (Foto: Direto das Ruas)
No Bairro Parati, a Rua da Divisão foi tomada por muita água. (Foto: Direto das Ruas)

A Rua Travessa Alta, no Residencial Joana Dark, no Jardim Botafogo, é outra que ficou alagada. De acordo com a moradora do bairro, Keila Teodoro Estevão, 34 anos, duas casas estão inundadas. A rua não tem asfalto e é sem saída. Ela diz que o alagamento é um problema antigo.

Ja na Mata do Jacinto, os moradores também tiveram problemas. Eliane Ferreira contou que houve uma rajada muito forte que provocou o destalhamento. “O importante é que ninguém se machucou”, disse.

Mais chuva – O meteorologista Natálio Abrahão disse que a previsão é mais pancadas de chuva para esta quinta (1º) e sexta-feira (02). Segundo ele, o volume de chuva de hoje somado ao de terça-feira (29) é 80,6 milímetros, enquanto que o esperado para o todo mês era de 165 milímetros.

“Nesta quarta-feira choveu 45,8 milímetros na cidade toda. A região do Bairro Universitário foi a que concentrou o maior volume 32,8 milímetros”, contou. Além disso, segundo o meteorologista a temperatura caiu de 31,4 graus para 20,9 graus.

Em toda a cidade, motoristas tiveram dificuldade em dirigir. (Foto: Alcides Neto)
No Jardim Botafogo, casas ficaram alagadas. (Foto: Direto das Ruas)
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