Capital

"Fui desligando tudo", diz vizinha sobre medo do fogo

Gabriel Neris, Paula Maciulevicius e Mariana Lopes | 06/12/2012 16:29
Visivelmente abalada, Magali retirou de casa as roupas e bicicleta da filha (Foto: Luciano Muta)
Visivelmente abalada, Magali retirou de casa as roupas e bicicleta da filha (Foto: Luciano Muta)

O incêndio que aconteceu na loja Paulistão, na avenida Costa e Silva, em frente ao Terminal Morenão, em Campo Grande,  poderia ter tido consquências graves para a dona de casa Margarida Pereira, de 58 anos.

Dona Margarida mora na rua Progresso, na Vila Progresso. Entre a residência e o prédio atingido pelas chamas existe um depósito de lubrificantes, o que aumentou a tensão da dona de casa. Ela estava dentro de casa cuidando do neto de um ano e oito meses.

A dona de casa ficou apavorada com a possibilidade de o fogo chegar a sua casa. “Fiquei com medo e fui desligando tudo em casa”, contou. O desespero aumentou ao se deparar com a queda de uma das paredes de concreto desabar. “Eu pensei é agora”.

Inicialmente, dona Margarida acreditou se tratar de algum acidente de trânsito quando ouviu as sirenes dos carros de bombeiros e outros veículos passando em alta velocidade na rua da sua casa. Entretanto, a senhora sentiu o cheiro de queimado, pensou que fosse algo dentro da própria residência, mas foi avisada pela vizinha sobre o incêndio.

Interdição – O incêndio de enormes proporções fez com duas famílias deixassem suas casas por ordem do Corpo de Bombeiros. O prédio da loja Paulistão divide muro com um terreno que conta com um escritório e mais duas casas.

Grávida de sete meses, Gisele Souza da Silva assistiu incêndio no lado de fora da casa (Foto: Luciano Mota)

A possibilidade das chamas se espalharem fez o local ser evacuado. Gisele Souza da Silva, de 28 anos, está grávida de sete meses. Seu maior medo era perder todo o enxoval do menino que espera e que chegará a dois meses. “Roupa para mim até consigo com as minhas irmãs, e também tenho onde ficar. Mas e as coisas do bebê?”, pergunta.

O risco da parede do prédio atingido cair sobre a casa fez com que não houvesse tempo para esvaziar a casa.

Na outra casa mora Magali Torres de Deus, 38, com dois filhos, uma de sete e outro de 20. O irmão da dona de casa, Márcio Torres de Deus, trabalha no escritório sediado no mesmo terreno, que é propriedade da mãe deles.

Ele contou que os bombeiros impediram os moradores de retirar qualquer vestimenta da casa e até os objetos do escritório. “Não tem o que fazer. Os bombeiros falaram para esperar”, comentou.

Apesar do pedido dos militares, Magali insistiu. Mesmo nervosa e chorando muito, enfrentou o perigo, entrou na casa e saiu com algumas peças de roupas nos braços.

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