Capital

"Era pra ela tá morta", diz garota que confessou participação em tortura

Família teve acesso a conversa que adolescente de 16 anos, vítima de agressão, não morreu por interferência de outras duas envolvidas

Silvia Frias, Bruna Pasche e Geisy Garnes | 10/01/2019 11:03
Conversa da adolescente de 17 anos com uma amiga foi levada à polícia (Reprodução)
Conversa da adolescente de 17 anos com uma amiga foi levada à polícia (Reprodução)

“Era pra ela tá morta”. Esse é uma das frases da adolescente de 17 anos investigada por agredir uma garota de 16 anos, no bairro Guanandi, em Campo Grande. A família da vítima teve acesso a uma conversa de Whats em que fica claro que a jovem não morreu por interferência de outras duas envolvidas na sessão de tortura.

O caso está sendo investigado pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude). Em depoimento ontem, a adolescente de 17 anos confessou ter participado das agressões. Ela relatou que não gostava da garota e, por isso, junto com as outras duas envolvidas, de 17 e 18 anos, resolveu armar uma emboscada.

A tortura, conforme depoimentos da vítima e da irmã dela, também foi motivada por ciúmes, já que a garota de 16 anos teria se envolvido com o ex-namorado da agressora de 18 anos.

A família da vítima teve acesso a uma conversa que mostra o descaso da jovem pela investigação. No diálogo, ela comenta que se apresentou à polícia. A amiga pergunta se teria sido levada para Unei (Unidade Educação Internação), e ela responde “Não, po...To suave tenho dinheiro adevogado”.

A garota confirma que as outras duas envolvidas deram tapas e chutes na vítima. “Mais quem torturo (...) foi eu” e afirma que a adolescente só não morreu porque “outras mina q tava cmg n deixo”.

Assustada, a irmã da vítima levou os prints à polícia. O delegado Fábio Sampaio confirmou que recebeu as informações e avalia a possível internação da adolescente em uma Unei.

As outras duas jovens que participaram da sessão de tortura ainda não foram localizadas. Elas ainda não são consideradas foragidas pois não houve flagrante.

Sampaio disse que a primeira fase da investigação está focada na participação de cada garota na sessão de tortura. Em segunda etapa, a identificação e envolvimento de outras jovens, que participam de grupo de WhatsApp e receberem as fotos da garota sendo agredida.

Família ficou assustada com o teor da conversa da adolescente (Reprodução)

O caso
Por volta das 18h de segunda-feira (7) a adolescente recebeu uma mensagem no celular de uma amiga a chamando para tomar tereré.

Ao aceitar o convite, a colega de 17 anos, chamou um motorista de aplicativo, porém o destino era uma casa no Guanandi. No local, ela sofreu uma série de torturas que durou aproximadamente duas horas.

As agressões só foram interrompidas quando a irmã da vítima, de 24 anos, começou a receber no celular prints da live que mostravam sua irmã sendo agredida. A adolescente então foi obrigada a tomar banho e a colocar gelo nos hematomas do rosto. Depois foi liberada pelas suspeitas.

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