Candidatos ao Conselho de Farmácia querem pedir anulação da eleição

Após o fim da eleição do CRF (Conselho Regional de Farmácia), que aconteceu ontem (7) em Mato Grosso do Sul, via internet, alguns candidatos pretendem pedir a anulação da votação alegando irregularidade e fragilidade no sistema utilizado pelo CFF (Conselho Federal de Farmácia). A intenção agora é realizar uma nova eleição, incluindo votação de chapa e de conselheiros.

Um dos candidatos, o farmacêutico Thiago de Freitas Santos, 31 anos, eleito na votação de ontem como conselheiro, acredita que pode ter havido manipulação dos votos. “Nós estamos acionando o corpo jurídico da entidade e vamos apresentar denúncia na Comissão Eleitoral do CFF e também na Polícia Federal”, disse.

Entre as irregularidades apontadas por Freitas está a alteração de informações durante a votação. O candidato ao quadriênio 2015/2018 Cleber Massato Toda, que era da chapa 2, estava inscrito como integrante da chapa 1. O erro foi corrigido no sistema durante a eleição, o que causou desconfiança. “Como pode um sistema eleitoral ser mexido durante a votação?” questionou Thiago.

Além disso, Freitas ressaltou a divergência na quantidade de votos que conselheiros e chapas receberam. Ele explica que a chapa 2 teve mais votos que o candidato Ronaldo Abrão, atual presidente do CRF. Porém, Ronaldo, que era candidato, foi eleito em primeiro lugar como conselheiro.

“É muito estranho. Como pode a chapa receber mais votos e o outro candidato ganhar mais votos. É muito estranho”, explica.

Apesar da vitória da chapa 2, Thiago não pode assumir a entidade já que para isso a chapa precisaria eleger quatro conselheiros, mas só elegeu dois, Thiago e Flavia Buainain Thomazi. Ao todo, seis conselheiros são eleitos na votação. Para assumir o diretoria, a chapa precisa eleger maioria mais um.

A eleição é separada por chapa e por conselheiros. Como não houve unanimidade na votação, entre conselheiros e chapas, uma nova eleição da chapa deve acontecer em até 90 dias.

Neste caso, Thiago terá que agregar algum dos conselheiros que já compõem o plenário, ou seja, que já estão com mandato em curso, para sua chapa.

Caso as denúncias sejam acatadas pelo CFF, poderá haver novamente eleição também para conselheiros.

O atual presidente do CRF, Ronaldo, disse à reportagem que também achou “estranho” a divergência de votos que resultou em derrota para a chapa 1 e a vitória dele como conselheiro.

“Se a denúncia for realmente feita, vamos esperar a decisão do CFF. Também achei estranho o número de votos, mas soube que muita gente no interior teve problema na hora de votar na chapa 1”, alegou Ronaldo.

Segundo o CRF, tanto o sistema que realizou o processo, como a empresa que fará a auditoria, foram contratados por processo licitatório pelo CFF. O problema com o candidato Massato, foi informado ao CFF, junto com a ata do processo eleitoral.