Cidades

Campanha ‘Julho Verde’ alerta para riscos de câncer na cabeça e pescoço

Richelieu de Carlo | 16/07/2017 19:38
A ingestão de bebidas alcoólicas é fator, ao lado do tabagismo, que aumentar probabilidade de câncer (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
A ingestão de bebidas alcoólicas é fator, ao lado do tabagismo, que aumentar probabilidade de câncer (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Neste mês ocorre a campanha “Julho Verde”, em que são reforçadas ações de prevenção contra o câncer de cabeça e pescoço. Em 2015, mais de 10 mil pessoas morreram de câncer de laringe e na cavidade bucal segundo estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer).

Neste ano, o foco da campanha está em alertar a população para a influência do tabaco, bebidas alcoólicas, e o HPV (papilomavírus) têm no aumento de casos da doença.

Os tumores do câncer de cabeça e pescoço manifestam-se em lesões na boca, na faringe, na laringe e na tireoide. Não são classificados nessa modalidade de câncer os tumores no cérebro e nos olhos.

Na maioria dos casos, a automedicação e a falta de diagnóstico correto fazem com que os pacientes cheguem ao médico com a doença em estado avançado.

A taxa de incidência apurada no país este ano pelo Inca mostra que homens são os mais afetados por esse tipo de câncer. Para o câncer de laringe, foram 6.360 novos casos de homens e 990 casos em mulheres. O câncer da cavidade oral afetou 11.140 pacientes masculinos e 4.350 mulheres.

Os sintomas do câncer incluem lesões brancas ou vermelhas, feridas, caroços, incômodo para engolir, rouquidão, dor e desconforto, com duração maior que duas semanas.

No caso de doença avançada, os sintomas são dor, sangramento, perda de dentes e perda de peso. O diagnóstico precoce traz mais chances de cura ao paciente.

Há 20 anos, a taxa média de cura era 50%. Atualmente, com o aumento do diagnóstico precoce e os tratamentos mais modernos, o índice subiu para 65% a 70%. Os tumores de tireoides têm ainda mais sucesso, com taxa de cura superior a 90%.

Evitar os principais fatores de risco, como o cigarro, são a mais importante forma de prevenção.

Segundo o médico Luiz Paulo Kowalski, os diversos componentes químicos da combustão do tabaco, com forte potencial cancerígeno, afetam a boca, a garganta e a laringe.

“As pessoas que fumam um maço por dia, por 20 anos, têm risco de cinco a dez vezes maior que a pessoa que nunca fumou. Se beber, aumenta de 60 a 80 vezes esse risco”, adverte Kowalski.

A ingestão de bebidas alcoólicas é outro fator prejudicial. “O álcool é um solvente que facilita a penetração dos agentes cancerígenos na mucosa. O indivíduo que bebe muito, se alimenta mal e não tem cuidado com higiene oral, aumenta a proliferação de bactérias, que podem produzir infecções crônicas”, explica.

O terceiro fator de risco é o HPV, que pode ser transmitido para a boca por meio de sexo oral ou até pelo beijo. A incidência do HPV alterou o perfil do paciente, que antes era, em sua maioria, pessoas entre 55 e 60 anos.

Com o vírus, a faixa etária diminuiu para 30 a 40 anos, predominante até entre pessoas que não fumam ou bebem. Segundo o médico, outras questões como dieta pobre em frutas e verduras também aumentam os riscos.

(com informações da Agência Brasil)

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