Cidades

Campanha da Fraternidade sobre saúde pública cobra melhoria no SUS

Fernando da Mata | 22/02/2012 13:39

Para Dom Dimas, índice elevado de vítimas de acidentes de trânsito é um dos fatores que contribui para o afogamento do SUS

Dom Dimas durante entrevista coletiva (Foto: Marlon Ganassin)
Dom Dimas durante entrevista coletiva (Foto: Marlon Ganassin)

Quando o assunto é saúde no Brasil, o SUS (Sistema Único de Saúde) é um dos principais aspectos destacados, com os pontos positivos e deficiências. Na CF (Campanha da Fraternidade) deste ano sobre saúde pública, não poderia ser diferente.

O lançamento da CF foi feito pela Igreja Católica, nesta Quarta-Feira de Cinzas (22), com o lema ‘Que a saúde se difunda sobre a terra’. Em entrevista na sede da Arquidiocese de Campo Grande, o arcebispo Dom Dimas Lara Barbosa destacou que a sociedade brasileira deve lutar pelo SUS.

“Temos que levá-lo a cumprir sua finalidade, que é de saúde para todos, de tratar os desiguais de maneira igual”.

Para o arcebispo, o índice elevado de vítimas de acidentes de trânsito é um dos fatores que contribui significativamente para o afogamento do SUS, especialmente em Campo Grande.

“Uma pessoa que sofre acidente de moto, por exemplo, entra no sistema e não sai mais. Ela passa a ser paciente permanente”, detalhou.

Além das questões estruturais, Dom Dimas reforçou que também deve haver esforço coletivo para promover uma saúde de melhor qualidade no país. O que exige conscientização do Governo em relação às condições precárias de muitos hospitais e mobilização da sociedade civil para reivindicar melhorias.

“A Campanha da Fraternidade não traz receita de bolo, mas faz a comunidade refletir, analisar a realidade e levar a gestos concretos”, ressaltou Barbosa, lembrando também que a saúde indígena terá atenção especial em Mato Grosso do Sul.

Mapeamento - O arcebispo de Campo Grande relatou que a Igreja começou, no ano passado, um mapeamento da saúde na Capital, nos hospitais, postos de saúde, unidades prisionais, recantos para idosos e Uneis (Unidades Educacionais de Internação).

“Objetivo é avaliar o que existe, o que não existe e fazer capacitação para atuar”, pontuou Barbosa. A partir da conclusão do mapeamento, serão listadas as prioridades para melhoria na saúde em Campo Grande e encaminhadas para as autoridades.

Também dentro do projeto da Arquidiocese para a CF, estão agendados três eventos para o debate sobre a saúde com a sociedade civil.

Na próxima quarta-feira (29), às 9h, haverá uma sessão solene na Assembleia Legislativa em apoio a campanha. Em 4 de abril, às 8h, será realizada uma audiência pública sobre saúde na Câmara Municipal. E no dia 15 de abril, haverá uma ação educativa preventiva nos altos da avenida Afonso Pena.

CF - Realizada todos os anos, a Campanha da Fraternidade está na sua 49ª edição. O principal objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e apontando soluções.

A temática ‘saúde’ protagonizou a CF de 1981, mas naquela época não existia o SUS. “A campanha deste ano traz de novo o fato de poder refletir a questão da saúde de maneira muito mais ampla”, disse Dom Dimas.

Apesar da abertura ter sido nesta quarta-feira (22), uma missa marcará a abertura solene da Campanha em Campo Grande. A celebração será realizada no próximo domingo (26), às 16h, no Poliesportivo do Colégio Dom Bosco.

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