Cidades

Artistas "enxugam" show para não ultrapassar horário determinado da Expogrande

Paula Vitorino | 21/04/2011 16:02

Dupla Munhos e Mariano deixou 15 músicas de fora do show

Dupla teve de encurtar show para respeitar TAC. (Foto: Assessoria)
Dupla teve de encurtar show para respeitar TAC. (Foto: Assessoria)

Com horário pré-determinado para início e fim, os shows da Expogrande 2011 estão reduzidos e tanto o público da feira quanto os artistas estão tendo que se adaptar ao novo “estilo” das apresentações. Para os artistas, a dificuldade maior é ter que adequar o seu repertório ao curto espaço de tempo disponível, sem deixar que o show perca o brilho. A dupla Munhoz e Mariano, que se apresentou nesta quarta-feira (20), deixou de cantar 15 músicas previstas para o show.

De acordo com o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado entre os organizadores da Feira e o MPE (Ministério Público Estadual) no dia 29 de março, que garantiu a realização do evento, os nove shows liberados para acontecer na Expogrande devem terminar à meia-noite, exceto no caso dos shows de sexta-feira e sábado, que podem encerrar à 0h30.

De acordo com o acordo firmado, mesmo havendo problemas técnicos ou outros imprevistos, os shows não podem ultrapassar o horário estipulado. Com isso, o público pode acabar pagando o mesmo valor por um show “enxugado”.

Na apresentação de ontem, os cantores sul-mato-grossenses deveriam ter entrado no palco às 22h, mas devido a atrasos só começaram o show meia-hora depois do previsto. “Tivemos de atender a imprensa antes e acabamos tendo alguns problemas que causaram o atraso”, explica o cantor Munhoz da dupla.

Para os artistas, o horário “engessado” do show atrapalhou a apresentação e prejudicou, principalmente, o público, além dos próprios cantores.

“Ainda tinha muito mais coisa pro show, só cantamos 20 músicas das 35 que preparamos. O público estava animado, o show gostoso, mas tivemos que encerrar meia-noite por causa da multa. Os artistas têm que aceitar parar o show antes do fim e estão reclamando. Isso nunca aconteceu em nenhuma outra apresentação nossa”, conta Munhoz.

Munhoz ressalta que a mudança no horário tradicional dos shows afeta o público, que ainda não se adaptou ao novo hábito, e acaba perdendo o início da apresentação.

“O público tem o costume de chegar para os shows na exposição depois da meia-noite e, agora, nesse horário a apresentação já terminou. Ontem quando começamos o show o pessoal estava chegando e a meia-noite ainda tinha fila para entrar na exposição”, diz.

No entanto, ele esclarece que “é preciso cumprir a Lei e respeitar os vizinhos do parque”, mas admite que a apresentação acaba perdendo um pouco do brilho.

“Se continuar desse jeito não mais ficar legal a Expogrande. O ideal seria ter um local apropriado para as apresentações, porque assim ninguém era prejudicado e nós podíamos fazer nosso show sem preocupação com horário”, reclama.

Determinação - A multa para o show que descumprir o horário determinado no TAC é de R$ 100 mil, além da produtora do evento ficar proibida de realizar os shows dos próximos dias. A assessoria da JPL produções informou que os produtores de cada artista estão cientes do horário e quem descumprir corre o risco de ficar no escuro, pois os organizadores estão autorizados a desligar a energia elétrica.

Ainda segundo a produtora, a reclamação por parte dos artistas nacionais e do Estado é a mesma: ter o horário travado para terminar o show, sem poder determinar o momento certo para o encerramento da apresentação, conforme a animação do público.

A responsabilidade de fiscalizar o cumprimento do TAC durante os shows é da produtora JPL, que organiza os eventos. A Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) informou que 23 fiscais ambientais da prefeitura fazem a fiscalização durante a Expogrande 2011 para que os acordos sejam cumpridos.

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