Cidades

Após intoxicação de crianças de MS, Paraguai pode proibir venda de xarope

Bruno Chaves | 01/10/2013 13:01

Após surto de intoxicação de crianças brasileiras e paraguaias com o xarope Mentovick, autoridades da área de Saúde do Brasil e do Paraguai se reuniram nesta terça-feira (1º) para tomarem posição conjunta acerca dos trabalhos de prevenção e investigação, além de discutirem a proibição de comercialização do medicamento. No Brasil foram 11 crianças intoxicadas na região de fronteira. Já no Paraguai, são 16 casos em análise.

O medicamento é fabricado no Paraguai, de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e não tem registro no Brasil.

Segundo o secretário municipal de Saúde de Ponta Porã, Eduardo dos Santos Rodrigues, a indústria paraguaia Indufar é investigada por suposta prática de adulteração na matéria prima, que vem da Índia, de um lote do xarope infantil com princípio ativo Dextrometorfano. “Aconteceram casos parecidos de intoxicação em Cuba e na República Dominicana. Aqui no Brasil, estamos vendo, junto a Anvisa, se tem casos parecidos”.

Eduardo contou que as vítimas de intoxicação possuem idade entre sete meses e dois anos e oito meses e a suspeita é que a superdosagem tenha intoxicado os pequenos. “A suspeita é de que tenha havido superdosagem, já que a dose utilizada foi a mesma para todas as crianças, 5 ml. Só que esse remédio só pode ser ministrado para crianças com mais dois anos”, explica.

O médico ainda descartou óbitos causados pelo medicamento. As mães das duas crianças que morreram afirmaram que os filhos não ingeriram o xarope. Segundo Eduardo, a primeira criança faleceu de broncopneumonia e a segunda de infecção generalizada. Dos três casos que precisaram de internação, apenas uma criança de sete meses continua no hospital, porém deixou a UTI e já se encontra na área de pediatria.

Ainda de acordo com o secretário de Saúde, cinco casos são analisados em Ponta Porã, seis em Dourados e 16 no Paraguai.

Conscientização – “Agora, trabalhamos com a conscientização da população para que não consumam medicamentos por conta própria. Aqui na região de fronteira, a automedicação e facilidade de se conseguir medicamentos facilitam as intoxicações. Até em açougue você consegue comprar remédios”, diz o secretário.

Todos os xaropes com princípio ativo Dextrometorfano foram retirados de comercialização, afirmou Eduardo. São eles, Mentovick, Tegnogrip Plus Núcleo, Tegnogrip, Medibron Xarope, Bronolex e Bronolar Xarope.

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