Cidades

Após crime, moradores do Amambaí reclamam de abandono

Redação | 31/10/2009 08:01

O crime ocorrido na noite de ontem em uma casa abandonada do bairro Amambaí, região central de Campo Grande, trouxe novamente à tona a reclamação de moradores sobre a falta de providências quanto à presença de mendigos no local.

Uma mulher, moradora de rua, foi morta ontem à noite, seu corpo jogado em um poço de uma casa abandonada e queimado. Rogério Rodrigues de Assis, de 37 anos, foi preso ontem mesmo, reconhecido por testemunhas como homem que estava com ela durante a tarde e que saia do local do crime, acompanhado de outros dois. Há informações de que outro suspeito foi preso esta manhã.

O estudante de Direito Waderson Lemos da Cruz, de 21 anos, afirma que a casa onde ocorreu o crime, na rua Saldanha Marinho, às vezes é alugada, mas quando passa longos intervalos de tempo sem inquilino é ocupada por andarilhos.

Segundo ele, há três meses o imóvel está sem ser alugado. O estudante afirma que os andarilhos costumavam ficar em um galpão de uma fábrica abandonada, mas depois de demolida passaram a ocupar a casa.

Ele conta que ontem chegou da faculdade por conta de 23 horas, foi lanchar e viu a movimentação dos vizinhos que foram à casa acompanhado do vigilante do bairro e encontraram o corpo da mulher em chamas.

Já a comerciante e moradora, Cristiane Aparecida Constância, 31 anos, diz que sempre via a mulher perambulando pela região,junto com os suspeitos. Ela relata que ontem à noite estava trabalhando na lanchonete e os andarilhos foram pedir fósforo. "Um cliente emprestou, achou que era para fumarem", afirma.

Pouco depois conta que viu a fumaça subindo da casa abandonada, mas não imaginava que fosse o corpo da mulher em chamas porque, segundo ela, eles costumavam queimar lixo no local.

"Pensei que era lixo, jamais imaginei que fosse uma mulher", afirma. Pouco depois a comerciante viu a movimentação dos guardas e foi ao local onde estava o corpo. "Ouvi dizer que foi morta com pauladas na cabeça", conta a comerciante.

O crime reacende a discussão sobre a falta de providências do poder público para retirar os andarilhos do bairro e garantir segurança aos moradores. Há muitos anos andarilhos perambulam pelo Amambaí, onde funcionava o albergue que agora deve ser demolido para instalação de um hospital de referência voltado à saúde do homem. Há muito tempo o albergue foi desativado, mas os moradores de rua continuam vagando pela região.

Cristiane afirma que este não foi o primeiro crime envolvendo andarilhos e diz que teme pela segurança do comércio e da família. "O bairro está muito perigoso. Eles não têm nada a perder, mas a gente tem", reclamou.

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