Cidades

Após confronto em que 17 pessoas morreram, presidente do Paraguai nega renúncia

Viviane Oliveira | 21/06/2012 14:59

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, anunciou nesta quinta-feira (21) que não vai renunciar e nem se submeter a um julgamento político de destituição aprovado pelo Congresso, após um confronto armado que deixou seis policiais e 11 trabalhadores rurais mortos na sexta-feira passada (15).

“Este presidente não vai apresentar renúncia ao cargo e se submete com absoluta obediência à Constituição e às leis para enfrentar o julgamento político com todas as suas consequências”, disse Lugo em uma mensagem à nação.

Lugo acusou as congressistas de terem abandonado a mesura, a reflexão e de levar a tambor batente o julgamento para sua destituição.

Também afirmou que os opositores querem roubar a suprema decisão do povo que o escolheu na eleição de 20 de abril de 2008.

Lugo fez a declaração à nação poucos minutos depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado, quase por unanimidade, o julgamento político contra o presidente, acusado de mau desempenho de suas funções.

Conflitos - O episódio forçou do ministro do interior, Carlos Filizzola, e do comandante da Polícia, Paulino Rojas, que deixaram seus cargos pressionados pelo Congresso.

O dirigente rural José Rodríguez afirmou a uma emissora de rádio local que os camponeses que morreram no confronto faziam parte de um grupo que resolveu resistir à desapropriação.

Mas a promotora Ninfa Aguilar declarou que o grupo tinha treinamento militar, armas de guerra e bombas caseiras.

Ela não descartou a presença do EPP, um pequeno grupo radical responsável por sequestros e assassinatos durante a última década que opera no norte do país e aspira se converter em uma guerrilha.

Os desalojamentos e ocupações de terras são constantes no país, mas esta é a primeira vez que se registra um fato dessa magnitude.

Os grupos de sem terras acusam o Estado de ter cedido ilegalmente terrenos a latifundiários e produtores agrícolas, principalmente durante a ditadura do general Alfredo Stroessner (1954-1989). (Com informações do site Folha.com)

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