Cidades

Após alta, pacientes ainda ocupam leitos da Santa Casa

Redação | 19/09/2008 10:41

Na sala 10 da enfermaria da ortopedia da Santa Casa, Heleno Teixeira de Lima completa amanhã - dentro do hospital - 100 dias que recebeu alta. Ele diz ter 48 anos, mas aparenta no mínimo dez a mais.

De acordo com a assistente social do hospital, Alvina Oliveira Galvão, Heleno deu entrada no dia 8 de maio, como vítima de atropelamento e agora é mais um "deixado para trás", pela família. Ele foi atendido e entrou teve alta no dia 10 de junho. Sem documentos e parentes, não tem para onde ir.

Alguns são abandonados por parentes e responsáveis, outros simplesmente não tem para onde ir, nem condições de se recuperar, continuando o tratamento sozinhos, e não podem contar com a ajuda de ninguém. Além de ocuparem os leitos, ainda corem risco de contraírem outras doenças e infecções, pelo excesso da permanência no hospital.

O quarto que Heleno alugava na cidade, por exemplo, com o dinheiro dos bicos da capinagem, já foi passado para outro, quando ele deixou de pagar, conta.

O processo para garantir o retorno desses pacientes à família é complexo. No dia 12 de junho, técnicos da SAS (Secretaria de Assistência Social) visitaram Heleno na tentativa de encontrar algum parente e documentos. Ele relata que nasceu em uma reserva indígena em Dourados, mas foi adotado por uma família de Campo Grande, que há muito tempo perdeu contato.

Após a cirurgia, Heleno apresentou dificuldades de locomoção e hoje, graças a uma cadeira de rodas - fruto de doação, ele passeia pelos corredores cumprimentando os amigos, enfermeiros e funcionários do hospital.

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