Cidades

Adolescentes são flagrados a caminho de trabalho escravo

Redação | 20/11/2009 22:34

Ontem, três adolescentes foram flagrados dentro de um ônibus a caminho de trabalhar em corte de cana na usina Santa Olinda, localizada no distrito de Quebra Coco, em Sidrolândia. O flagrante foi empreendido pelo Ministério Público do Trabalho, Polícias Civil e Federal.

Durante fiscalização nas aldeias indígenas Bororó, Panambizinho e Jaguapiru, no município de Dourados, os adolescentes foram encontrados. A operação foi realizada em virtude de denúncia anônima apresentada ontem mesmo na sede da Procuradoria do Trabalho em Dourados.

As buscas foram feitas na área das três aldeias à procura do ônibus que estaria recolhendo os trabalhadores para conduzi-los à Sidrolândia. O veículo com os indígenas foi localizado na casa de Agenor Ramos, conhecido como Tião, que seria o recrutador dos trabalhadores.

O procurador do Trabalho Paulo Douglas Almeida de Moraes identificou os adolescentes indígenas. Eles receberiam de Tião documentos de pessoas maiores de 18 anos.

Em depoimento, os adolescentes disseram que havia outros menores que seriam contratados, mas eles fugiram do local. Segundo os três menores, o ônibus circulava pelas aldeias recolhendo indígenas para trabalhar na usina.

Os depoimentos dos adolescentes foram registrados na Delegacia de Polícia Federal de Dourados.

Preso em flagrante pelos policiais, o cortador de cana Agenor Ramos estava aliciando os adolescentes indígenas para o trabalho no corte da cana mediante fraude, utilizando documentação de terceiros. Mesmo ganhando porcentagem de 8% da produção de cada um deles, Agenor alegou não saber que os indígenas eram menores.

A Procuradoria do Trabalho de Dourados está investigando o aliciamento dos

adolescentes indígenas. O Ministério Público do Trabalho, por entender que há indícios do concurso direto de gestores da usina Santa Olinda no caso, solicitou à Polícia Federal que instaure inquérito para apurar a responsabilidade criminal dos membros da empresa.

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