Cidades

Adolescente ferida na perna lamenta morte da amiga e diz que "rixa" é antiga

Graziela Rezende | 13/09/2013 13:23

Por conta da morte da amiga há dois dias, que iniciou com uma discussão pelo cheiro de um perfume e culminou em uma facada no abdômen de Luana Vieira Gregório, 15 anos, a estudante que foi atingida na perna, também de 15 anos, disse jamais esquecer o diálogo das “rivais” e lamenta, por um motivo tão banal, a perda de Luana.

“Elas brigaram porque a D. achou fedido o perfume da Luana. Ela borrifou na sala e os meninos pegaram e acenderam o isqueiro para tentar fazer fogo. Do outro lado, a D. disse que era para parar de borrifar aquele perfume fedido”, diz a adolescente.

Foi o momento em que Luana gritou que “fedida era ela” e a adolescente revidou dizendo que iria chamar a Tuty (apelido de Dafni Alves de Lima, 18 anos) para matá-la.

“A D. ligou para a tuty, após a Luana falar que poderia chamar aquela gorda e então combinou a vinda dela na saída. E neste momento, do outro lado da linha, Dafni teria prometido que iria para matar”, comenta a estudante.

Rixa: Segundo a estudante, o “perfume” foi o ápice entre as envolvidas, mas Luana e Dafni já possuem uma “rixa” de dois anos. “Elas brigaram no terminal de ônibus e Dafni jurou matá-la, nem que fosse a última coisa que ela faria na vida”, diz ela, embora tenha sido a outra adolescente que golpeou Luana fatalmente.

No calor da briga, assim que golpeada na perna, a adolescente de 15 anos diz que Luana parecia saber da sua morte precoce. “Ela ficou deitada no chão e dizia que me amava muito, pedindo para cuidar da filha dela. Foi algo muito forte, ela queria falar para ir embora em paz e não soltava a minha mão enquanto não falou aquilo”, relembra a estudante.

Mãe da adolescente ferida na perna, a faxineira Nilda Carvalho Mendes, 37 anos, ressaltou a falta de atitude do professor durante a briga e acha que deveria ter uma revista nas escolas. “Minha outra filha, de 13 anos, estuda nesta escola e estou sempre orientando. Acho que a revista era algo útil e necessário”, comenta Carvalho.

Triste ironia?: Sobre a presença do professor na ocasião, ela faz uma dura crítica. “Ele estava lá, tinha o poder de apartar a briga e não fez nada. Na verdade, vi as filmagens e ele mais parecia estar rindo, gostando do que estava acontecendo”, lamenta Carvalho.

Tanto a adolescente ferida, como outros colegas de Luana e os professores foram ouvidos na manhã desta sexta-feira (13). Por conta da falta de professores, o Campo Grande News apurou que os alunos da Escola Estadual José Ferreira Barbosa, na Vila Bordon, tiveram apenas duas aulas e foram dispensados.

Eles negaram ter incentivado uma briga, resumindo apenas que estavam ali para “apartar” as envolvidas. O caso é investigado pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente), além da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e a Juventude).

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