Cidades

"Onda" de furtos de moto faz uma vítima por dia no entorno de shopping

Aliny Mary Dias | 29/10/2013 10:42
Roubos e furtos acontecem nos fundos e na lateral do Shopping Norte Sul Plaza (Foto: Cleber Gellio)
Roubos e furtos acontecem nos fundos e na lateral do Shopping Norte Sul Plaza (Foto: Cleber Gellio)

Nas contas dos moradores, mais de 30 motos foram furtadas só este mês nas proximidades do Shopping Norte Sul Plaza em Campo Grande. Para quem trabalha no local e precisa deixar os veículos nas proximidades ou para quem estaciona na rua, a sensação é de insegurança e revolta.

Um dos casos recentes ocorreu no último sábado (26) quando uma Honda Titan preta do auxiliar administrativo João Oliveira, 30 anos, foi levada da Rua Japão, nos fundos do shopping. O que mais chama a atenção é a rapidez dos criminosos.

“Em 15 minutos levaram minha moto, eu parei para buscar minha namorada que trabalha no shopping e quando voltei a moto não estava mais lá”, conta o jovem. Diante do furto, João procurou a Polícia Civil, registrou a ocorrência, mas até agora não teve notícias do veículo comprado há 10 anos.

Sem a moto usada para ir ao trabalho todos os dias, o trabalhador, que vive no bairro Aero Rancho, teve de recorrer à bicicleta para ir trabalhar. “Meu trabalho fica a 14 quilômetros da minha casa e eu pedalo 45 minutos para chegar, ainda tenho esperanças que minha moto seja recuperada, mas se não for, vou ter que comprar outra”, desabafa João.

O desespero em relação ao furto é tão grande que João oferece até recompensa de R$ 500 para quem encontrar a moto 125 cc ano 2003/2004.

Além dos que deixam os veículos durante poucos minutos para ir ao centro comercial, há aqueles que trabalham no local e convivem com a preocupação de encerrar o expediente e voltar para a casa a pé.

Um dos funcionários do Fort Atacadista, que pediu para não ser identificado, conta que nos últimos três meses houve um aumento significativo nos roubos e furtos a carros e motos que ficam estacionados ao redor do shopping.

Funcionário de mercado é testemunha da criminalidade da região (Foto: Cleber Gellio)

O próprio funcionário testemunhou um dos crimes. “Eu estava saindo do trabalho e vi dois homens abrindo a porta de um carro, quando eles me viram, saíram correndo, entraram em outro carro e fugiram. Isso é muito comum por aqui”, explica.

O homem conta que além das motos, alvos fáceis para os bandidos, os pertences que ficam dentro dos carros se tornaram os preferidos dos criminosos. “Eles tiram a borracha do vidro traseiro, empurram, e levam o que quiserem. Muitos funcionários chegam aqui e tiram tudo de dentro do carro porque esperam o pior”, desabafa.

Para tentar reduzir os riscos de quem trabalho no Fort, os próprios funcionários que possuem carro se uniram e “encontraram” um espaço para deixar os veículos durante o expediente. Para as motos, há um estacionamento interno do supermercado.

Falta policiamento – Quem passa boa parte do dia em frente ao local já conhecido pelos furtos e roubos é testemunha da criminalidade recorrente. Um dos mototaxistas que trabalha no ponto localizado ao lado do shopping e que pediu para não ser identificado não economiza nas críticas ao local.

“Não vemos uma viatura da polícia passar por aqui durante todo o dia. Pedimos um policiamento ostensivo para que esses marginais parem de agir”, diz.

O mototaxista afirma ainda que homens que trabalham como cuidadores de carros na região recebem dinheiro de assaltantes para fazer “vista grossa” e permitir os roubos. “A gente vê eles recebendo dinheiro e indo até as bocas de fumo da região, são todos usuários de drogas e uma ação da polícia poderia trazer mais segurança para quem frequenta o shopping”, completa.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar para informações sobre o policiamento na região, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

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