Cidades

“Nem conheço ele”, diz irmã de mulher presa por ligação com Tio Arantes

Tania Cristina Lima de Moura, de 46 anos, é apontada pela polícia como responsável pelas finanças do braço da facção criminosa liderado por José Claudio Arantes, de 63 anos

Anahi Zurutuza e Liniker Ribeiro | 12/06/2018 12:53
Casa no Jardim Bonança, em Campo Grande, onde Tania, que seria a mulher de líder do PCC, mora (Foto: Liniker Ribeiro)
Casa no Jardim Bonança, em Campo Grande, onde Tania, que seria a mulher de líder do PCC, mora (Foto: Liniker Ribeiro)

Irmã de Tania Cristina Lima de Moura, de 46 anos, presa durante a Operação Paiol, nega qualquer envolvimento amoroso da mulher, levada nesta manhã para a delegacia, com “Tio Arantes”, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Mato Grosso do Sul.

Segundo a equipe do Batalhão de Choque que esteve no local, a presa é mulher de José Claudio Arantes, de 63 anos, mais o Tio Arantes. Ela também seria a responsável pela contabilidade do braço da facção criminosa liderado pelo companheiro.

Mas, a irmã de Tania, que estava na casa da irmã para cuidar do sobrinho-neto, de 10 anos, garante nunca ter visto o criminoso famoso. “Ele nunca veio aqui, não tem nada dele aqui e nem conheço ele”, afirmou ao Campo Grande News.

 

Tania Cristina Lima de Moura, de 46 anos, na Depac da Vila Piratininga (Foto: Bruna Kaspary)

A irmã, que pediu para ter o nome preservado, explica que Tania é mãe da advogada Aline Gabriela Brandão, de 25 anos, que atua em um dos processos contra o líder do PCC. A entrevistada revelou ainda que a irmã atualmente trabalhava no escritório da filha.

Desacato – A advogada já foi notícia do Campo Grande News quando recebeu voz de prisão, no dia 14 de julho de 2016, por desacatar o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, em Campo Grande. Conforme o boletim de ocorrência registrado na época, ela teria causado confusão na delegacia ao tentar entregar material de higiene pessoal e um cobertor a um cliente que estava preso.

Aline Gabriela Brandão chegou à delegacia dizendo que queria ver Micael Lucas Campos, autuado em flagrante delito na noite anterior, pelos crime de roubo majorado pelo concurso de pessoas.

O delegado chefe do plantão, Camilo Kettenhuber Cavalheiro, teria dito a advogada que, por questão de segurança da equipe plantonista, das pessoas que aguardavam na recepção e dos próprios presos, não iria ser permitido a entrada de cobertores, já que a cela da unidade é transitória e não adequada como cadeia pública.

Aline teria dito: “você está pensando que é Deus, seu delegadozinho", deixando a sala logo em seguida e dizendo de maneira que uma testemunha pudesse ouvir a seguinte frase: “Pensa que é Deus, vai ver o que vai acontecer com ele”.

Por causa da confusão, ela foi presa.

A delegada alega perseguição. “Não o desacatei, meu pai é delegado, respeito essa profissão. Foi pura implicância dele por causa de uma representação de tortura contra ele”, afirmou à reportagem no dia 15 de julho de 2016.

Viaturas do Batalhão de Choque chegando ao Gaeco, que comandou a força-tarefa (Foto: Geisy Garnes)

Operação - A Operação Paiol foi deflagrada nesta manhã pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) com apoio do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) para cumprir ao todo 39 mandados em Mato Grosso do Sul – 27 de prisão e 12 mandados de busca e apreensão.

O objetivo é desarticular um dos braços do PCC no Estado, responsável por armar a facção criminosa.

Quatro pessoas foram presas em Campo Grande e foram levadas para as Depacs (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e da Vila Piratininga. Outra pessoa, ainda não identificada, foi presa em Nova Andradina.

Aqui na Capital, além da Tânia, o agente penitenciário Adilson Brum Weis, de 55 anos, servidor lotado no Instituto Penal de Campo Grande, também foi preso. Os outros dois presos são Elvis Alves Pereira, 25 anos, e André da Silva Frotis, 26 anos.

Pelo Batalhão de Choque, até o momento, foram apreendidas quatro armas, sendo um fuzil AR-15, submetralhadora Hugger 9 milímetros, espingarda e uma pistola calibre 765. Além disso, foram apreendidas 343 munições de diversos calibres e 800 gramas de Skank, a “super” maconha.

Na Capital, 4 equipes do Batalhão de Choque - 16 homens - foram às ruas do Jardim Bonança, Jardim Noroeste, Novos Estados, Conjunto União e Jardim Colibri.

Além de Campo Grande, mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos para Corumbá, Nova Andradina e Águas Lindas de Goiás.

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