Cidades

“Crimes são todos iguais”, diz pai de assassinado em SP ao pedir justiça

O corpo de Bruno Lima da Silva, 30 anos, foi encontrado na Praça da República e levado para o IML, onde foi localizado pelo pai na terça

Viviane Oliveira e Miriam Machado | 08/02/2018 10:35
Bruno, que morava há seis meses em São Paulo,
 foi encontrado morto na Praça da Liberdade (Foto: reprodução/Facebook)
Bruno, que morava há seis meses em São Paulo, foi encontrado morto na Praça da Liberdade (Foto: reprodução/Facebook)

“Em São Paulo os crimes são todos iguais. Tem a mesma história e o mesmo cenário”. O desabafo é do pastor e economista Roberto Lopes da Silva, 57 anos, que teve o filho assassinado durante roubo em São Paulo. O corpo de Bruno Lima da Silva, 30 anos, foi encontrado na Praça da República e levado para o IML (Instituto Médico Legal), onde foi localizado pelo pai na terça-feira (6).

Há seis meses, Bruno foi para a capital paulista cuidar do pai que fez transplante do fígado e residia no Bairro Bela Vista. O rapaz trabalhava em um pet shop e no domingo (4), por volta das 16h, foi para a Avenida Paulista conhecer o carnaval. “Ele ainda não tinha amigo. Eu o incentivava a sair um pouco”, conta o pai durante o velório do filho nesta manhã (8), no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande.

“Ele estava muito feliz. Fez a barba, se arrumou rápido e saiu”, diz Roberto. O rapaz que já havia sido assaltado há 1 mês não quis levar o celular e saiu apenas com a carteira no bolso. Por volta das 20h30, o pai recebeu mensagem no celular de uma compra no cartão de crédito da vítima no valor de R$ 3 mil. Horas depois, já na madrugada de segunda-feira (3), outra comunicado indicava compra de R$ 1 mil.

Pai conta que o filho foi morar em São Paulo para cuidar dele (Foto: Marcos Erminio)

A partir daí, o pai teve a certeza que havia acontecido alguma coisa com o filho. Ele, então, esperou o dia amanhecer e foi até o 4º Distrito Policial - Consolação registrar boletim de ocorrência e passou a percorrer as unidades de saúde da região e os necrotérios. “Achei o corpo dele no IML central”, lamenta.

Conforme Roberto, ainda não se sabe a causa da morte do filho. O laudo deve ficar pronto daqui 90 dias. Ele acredita que o corpo foi desovado na praça, onde foi encontrado. No local há câmeras de segurança e as imagens devem ajudar a polícia nas investigações. “Se a polícia fizer um pouco de esforço pode até encontrar os responsáveis”, relata. O pai pede por Justiça e teme que o caso do filho seja só mais um.

A prima mais velha de Bruno, Luanny Arriola da Silva, 36 anos, acredita que o primo foi morto com uma paulada na cabeça. “Ele sempre comentava que o bairro onde morava em São Paulo era muito perigoso”. Bruno completaria 31 anos no dia 26 deste mês.

O corpo chegou a Campo Grande, por volta da meia-noite de hoje, no mesmo voo em que o pai veio para acompanhar o funeral. O rapaz será sepultado às 14h no Cemitério Parque das Primaveras, na Avenida Senador Filinto Müler, nº 2211, no Jardim Parati. O Campo Grande News entrou em contato, via telefone e e-mail, com a assessoria de imprensa da Secretária de Segurança Pública de São Paulo para saber como estão as investigações, mas até o fechamento deste texto não houve retorno.

Nos siga no