Cidades

Traficante ostentação preso delatou plano para matar autoridades de MS

Com mandado de prisão em aberto, Kauê Vitor Santos da Silva foi preso no último domingo em hotel de Copacabana

Viviane Oliveira | 26/04/2022 09:28
Segundo a Polícia Civil, quando deflagrou a Operação Ostentação em 2017, Kauê era um dos líderes do esquema, coordenando o tráfico de drogas. (Foto: Reprodução / processo)
Segundo a Polícia Civil, quando deflagrou a Operação Ostentação em 2017, Kauê era um dos líderes do esquema, coordenando o tráfico de drogas. (Foto: Reprodução / processo)

O traficante Kauê Vitor Santos da Silva, de 32 anos, preso em um hotel de luxo em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no domingo (24), foi o responsável por delatar plano para matar autoridades de Mato Grosso do Sul, entre eles, o delegado Fábio Peró, titular do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro).

Essa descoberta foi alvo da fase da Omertà II, deflagrada em março de 2020. Na ocasião, o plano do grupo de extermínio, chefiado por Jamil Name (que morreu em junho do ano passado) e Jamil Name Filho, foi descoberto em um pedaço de papel higiênico na cela de Kauê, até então preso no Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró (RN), por integrar esquema de tráfico de drogas em Campo Grande. 

Preso entre as celas dos Name, Kauê fez um diário com as informações trocadas entre os réus investigados da Omertà e entregou à direção do presídio que, por sua vez, comunicou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de Mato Grosso do Sul). 

Kauê em um de suas fotos postadas em redes sociais. (Foto: Reprodução / Facebook)

Operação Ostentação - Kauê foi preso em 2017 na Operação Ostentação, deflagrada pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) para desarticular esquema de tráfico interestadual de drogas, orquestrado por traficantes ‘que faziam questão’ de mostrar a ‘boa vida’ proporcionada pelo crime. 

No total, 41 pessoas foram presas. Na ocasião, segundo a Polícia Civil, Kauê era um dos líderes do esquema, coordenando o tráfico. A droga saía da fronteira do Estado para Campo Grande e daqui era enviada para outros estados do país. 

Na época, a quadrilha, apontada pela Polícia Civil como a maior no esquema de tráfico de drogas, foi autuada pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, associação ao tráfico, furto e receptação e lavagem de dinheiro. Os líderes e também parentes próximos ainda tiveram os bens e contas bancárias bloqueadas pela Justiça. Conforme documento que consta no processo, Kauê coordenava uma das células no grupo criminoso. 

No Rio de Janeiro - No domingo passado, Kauê foi preso por agentes da Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos) em um hotel de luxo de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. 

Contra ele, havia mandado de prisão por porte ilegal de armas. O traficante tem diversas passagens pela polícia, incluindo tentativa de homicídio, roubo, tráfico de drogas, furto e posse ilegal de arma, além de responder a um processo por organização criminosa e tráfico de drogas. 

Em 2021, aproveitou um benefício para fugir do presídio e evitar o cumprimento de sua pena. A Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda investiga a relação dele com traficantes de drogas e armas, que são transportadas de outros estados para o território fluminense. 

O Campo Grande News tentou falar com dois advogados que faziam a defesa de Kauê. Um deles atendeu a ligação e disse que não faz mais a defesa do rapaz. A outra advogada que consta em um dos processos contra Kauê não atendeu.

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