Cidades

Sindicato denuncia aumento de fugas após retirada de PMs dos presídios

Os agentes penitenciários estão preocupados porque, diferente dos militares, não portam armas durante o serviço

Maressa Mendonça | 30/09/2019 13:47
Escada usada por três presos durante a última fuga do presídio de segurança Máxima de Campo Grande (Foto: Divulgação)
Escada usada por três presos durante a última fuga do presídio de segurança Máxima de Campo Grande (Foto: Divulgação)

Os agentes penitenciários de Mato Grosso do Sul têm vivido dias de insegurança com o aumento da possibilidade de fuga dos presos após a retirada de policiais militares das unidades. É o que denuncia o Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS).

De acordo com o secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, Antônio Carlos Videira a tendência é esta mesma: deixar os presídios exclusivamente nas mãos dos agentes.

Em nota divulgada à imprensa, o representante do Sinsap comentou sobre as fugas e tentativas registradas nos últimos dois meses nas cidades de Dourados, Corumbá e Campo Grande.

“A preocupação é que a vulnerabilidade dos presídios do Estado e a insegurança, colocando agentes penitenciários e a sociedade em risco, aumente”.

O presidente do Sinsap, André Santiago disse à reportagem do Campo Grande News que assumir o controle total dos presídios é uma reivindicação da categoria. O problema, segundo ele, é a qualificação dos profissionais.

É que nem todos os agentes penitenciários estão autorizados a usar armas funcionais. Por esse motivo a presença de policiais militares nas unidades dá uma sensação maior de segurança.

“Onde a sociedade acha que tem segurança não existe. Não tem uma arma lá. Se o preso fugir não posso dar tiro nem para assustar. Tenho que rezar para que o preso não esteja armado”, declarou Santiago, afirmando que a situação mais crítica ocorre principalmente em Ponta Porã, Coxim, Rio Brilhante, Corumbá e em Campo Grande.

Atualmente são 33 agentes penitenciários aptos a usarem armas durante a atividade. Eles são ligados ao COPE (Comando de Operações Penitenciárias), grupo responsável pelas escoltas e segurança das muralhas.

De acordo com Videira, a ideia “de fato é ir substituindo para o agente ir fazendo a missão dele. Quem prende não cuida, essa é a regra”.

Ele explica que o objetivo do Estado é retirar a maioria dos PMs que trabalham em presídios até 2020, mas não detalha exatamente como será essa transição.

Ainda segundo o secretário, a nomeação dos 200 novos agentes feita este mês deve ajudar a reduzir o déficit de servidores nos presídios. Ele nega que esteja ocorrendo um “abandono” dos presídios por parte da PM e afirma que quando os militares não estão nas muralhas é porque estão atendendo situações mais graves até do lado de fora.

Por e-mail, a reportagem também tentou contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar sobre o assunto e aguarda resposta.

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