Cidades

Proibição acaba oficialmente dia 15, enquanto Semadur estuda volta de eventos

Com futebol e até banda em bar permitida, promotores de eventos reclamam porque festas ainda estão proibidas

Paula Maciulevicius Brasil | 09/09/2020 16:02
Espaço Diamond Hall, em Campo Grande, preparado para casamento em tempos sem pandemia. (Foto: Divulgação)
Espaço Diamond Hall, em Campo Grande, preparado para casamento em tempos sem pandemia. (Foto: Divulgação)

Parados desde março, o setor de eventos segue sem trabalhar e assistindo abrir bar com música ao vivo solo, dupla e agora até quatro músicos no palco, além de partidas de futebol. O último decreto que, inclusive, autoriza a lotação máxima de 50% dos estabelecimentos, deixou bem clara a proibição de festas, eventos e reuniões de qualquer natureza que gerem aglomeração até o dia 15 de setembro. 

Com o prazo oficial perto de acabar e diante de tantas flexibilizações, até protesto chegou a ser cogitado, com direito à banquete na frente da prefeitura. "O mais absurdo na minha opinião é que o mesmo decreto liberou na semana passada até futebol proibiu eventos", desabafa o cerimonialista Antônio Osmânio. Ele estava à frente da manifestação que aconteceria hoje, e que segundo ele, reuniria pelo menos 300 pessoas, entre fornecedores, donos de buffet e DJ's, mas foi cancelada diante da possibilidade de um novo decreto permitindo. 

"Na semana passada a vice-prefeita ligou e falou para não fazer o protesto, que sairia um decreto entre o dia 8 e 9 e até agora nada. A classe de eventos está toda esperando", enfatiza.

Em função do pedido da vice-prefeita Adriane Lopes, o grupo desmarcou o protesto, mas ameaça retomar. "Hoje se não soltar, a gente marca para segunda-feira. A gente está sem trabalhar. Tem buffet fechando, vendendo lustre, mesa", exemplifica Antônio. 

Secrertário da Semadur, Eduardo Costa. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O Campo Grande News procurou a vice-prefeita Adriane Lopes (PEN), que informou que em virtude do período eleitoral o posicionamento deveria ser dado pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano). O titular da pasta, Luiz Eduardo Costa respondeu que está sendo construído junto com o setor e equipe técnica um plano para a reabertura gradual, mas sem detalhar os passos.

Sobre a fala da vice-prefeita, Luiz Eduardo explica que foi mal interpretada. "Ela não falou do decreto, falou que estava na construção técnica deste texto. Interpretaram errado, até porque o decreto [que proíbe a realização de eventos] vai até o dia 15 e tudo isso tem que ser feito muito criteriosamente, tem que mudar resolução", explica. 

Questionado sobre o porquê não autorizarem os eventos dentre todas as flexibilizações, Costa disse que tudo está sendo levado em consideração e debatido junto ao prefeito e à saúde. 

As reuniões têm sido constantes das secretarias junto aos empresários do setor de eventos. Supervisora de eventos da DZM, Diane Zazoni defende o retorno de forma segura, sob o argumento de que em eventos, se sabe a quantidade de pessoas e quem estará presente. 

"Num evento você pode fazer uma triagem do número de pessoas e consegue saber quem esteve naquele evento, em bar você não tem este controle, por isso aumenta a responsabilidade de quem está organizando, mas é uma pergunta que estamos fazendo, se pode ter uma triagem, não seria muito mais fácil e seguro?", questiona.

Integrante do Mope (Movimento Organizado dos Profissionais de Eventos do Mato Grosso do Sul), que busca amparo legal para a reabertura do setor, a supervisora ainda completa que vários movimentos que se uniram no setor aguardam a publicação do decreto. 

"Acreditamos que vá publicar sim, está tudo caminhando para que saia, mas existem vários trâmites entre sair decreto e o Ministério Público não derrubar. Temos um projeto de biossegurança e estamos bem respaldados. De tudo o que for voltar, o mais seguro eu te garanto que serão os eventos, estamos esperançosos", resume. 

Produtor cultural da Sparta, Bruno Damus, tem uma opinião mais rígida quanto à volta de eventos em lugares fechados, além do risco de contaminação, ele calcula que um evento com capacidade máxima definida em decreto nem se paga. "Por que se liberar 30% em teatro, vamos supor que a capacidade da casa seja de 1.041 lugares, liberar 350 pessoas não paga nem o aéreo, hospedagem do artista. Não paga a conta", expõe. 

Por enquanto, ele tem trabalhado com adaptações no mercado cultural, por exemplo stand-up comedy em drive-in, sem aglomeração através de lives interativas.

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