Cidades

Preso em Corumbá, traficante comandava envio de cocaína para todo o País

Ação desta manhã cumpriu três mandados em Mato Grosso do Sul, dois deles em Campo Grande e um em Corumbá

Geisy Garnes | 06/05/2021 11:47
Movimentação das equipes envolvidas na operação da Polícia Federal de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Movimentação das equipes envolvidas na operação da Polícia Federal de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

O líder da quadrilha investigada pela Polícia Federal de Mato Grosso na Operação Grão Branco comandava o esquema de tráfico internacional de cocaína de dentro do presídio em Corumbá – cidade a 446 quilômetros de Campo Grande. Para isso, contava com ajuda de um parente que organizava e despachava a droga em aviões para o estado vizinho e de lá, em caminhões para São Paulo.

Conforme divulgado pela Polícia Federal nesta manhã, o investigado foi preso pela primeira vez em São Paulo, no ano de 2011, justamente por tráfico de drogas. Em 2014 ganhou a liberdade condicional e fugiu do país. Se estabeleceu na Bolívia e lá assumiu o tráfico de cocaína.

Ainda segundo a polícia, o traficante mantinha um alto padrão de vida na cidade de Santa Cruz de La Sierra e morava em mansão de um condomínio de luxo. No ano passado, por meio da cooperação entre os dois países, o líder do esquema foi expulso da Bolívia e preso em Corumbá.

Com a prisão, um parente próximo do traficante assumiu os “negócios”. Eles se comunicavam por aplicativos de mensagens e orientava todo o esquema a partir da Bolívia. As cargas de cocaína saiam do país vizinho por meio de aeronaves, eram recebidas em pistas clandestinas no Mato Grosso, colocadas em caminhões carregados de grãos e distribuídos para grandes centros do Brasil, principalmente São Paulo.

Detalhes apontam a que os aviões vinham para Mato Grosso do Sul, na fronteira eram carregados com a droga e distribuídos nos pontos base da organização, onde caminhões eram preparados para viajar as estradas brasileiras com a cocaína escondida. A polícia ainda trabalha com a hipótese de que a cocaína levada para São Paulo era enviada para a Europa.

Os pilotos recebiam cerca de R$ 100 mil por voo e transportavam cargas avalizadas em R$ 8 milhões. Muitas vezes, não tinham qualquer plano de voo e por isso “voavam baixo” para não serem detectados pelos radares.

Grão Branco - A operação cumpre três mandados em Mato Grosso do Sul, dois deles em Campo Grande e um em Corumbá – município localizado a 417 km da Capital, no oeste do Estado, e que faz fronteira com a Bolívia. Ao todo, foram cumpridos 72 cumpridos mandados de busca e apreensão e 38 de prisões.

A Justiça Federal determinou ainda a apreensão de 10 aeronaves e o sequestro dos bens de 103 pessoas físicas e empresas investigadas.

Além do Mato Grosso do Sul, equipes estão nas ruas do Mato Grosso, no Tocantins, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Nesta manhã, policiais federais apreenderam joias, relógios, dinheiro e munições nos endereços onde são cumpridas as ordens judiciais. Carros também foram confiscados.

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