Cidades

Polícia paraguaia segue rastro de mais um dos assassinos dos sobrinhos de “Fuad”

Com celulares, câmeras de segurança e documentos apreendidos em apartamento de luxo investigação espera achar paradeiro de alvo

Anahi Zurutuza | 04/12/2020 14:19
Condomínio onde fica apartamento invadido e vasculhado pela polícia em Pedro Juan Caballero (Foto: Gilberto Ruiz Diaz/ABC Color)
Condomínio onde fica apartamento invadido e vasculhado pela polícia em Pedro Juan Caballero (Foto: Gilberto Ruiz Diaz/ABC Color)

Com celulares, equipamentos para circuito interno de câmeras de segurança e documentos apreendidos em apartamento luxuoso de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha a Ponta Porã (MS), a polícia do país vizinho está no encalço de mais um dos suspeitos de participar das torturas e assassinatos de quatro homens encontrados em cova rasa, no dia 26 de novembro. Dois dos executados eram sobrinhos de Fahd Jamil Georges, por muito tempo conhecido como o “Rei da Fronteira”.

Em operação no edifício Búzios, do conjunto habitacional Blue Lagoon, a polícia tinha o objetivo de prender mais um dos supostos envolvidos no crime macabro, mas o alvo não foi encontrado. Mas, conforme informou ABC Color, “provas importantes” foram confiscadas.

Ao jornal paraguaio, o comissário José Ayala, subchefe do Departamento de Investigações de Amambay, informou o apartamento invadido era onde vivia um dos principais integrantes de bando formado pelo brasileiro Flávio Arruda Guilherme, de 31 anos, apontada como o idealizador da chacina. 

O comissário disse ainda que o material apreendido será analisado e pode ajudar na identificação de todos os participantes das execuções. O nome do procurado na operação, realizada no dia 30, não foi divulgado, por motivos óbvios.

Flávio Arruda Guilherme, de 31 anos, foi enviado pelo PCC para a fronteira para agir na frente de extermínio de rivais, segundo jornal paraguaio (Foto: ABC Color)

Guerra - A prisão do brasileiro Flávio Arruda Guilherme , de 31 anos, no dia 28, reforçou a tese da polícia paraguaia de que o PCC (Primeiro Comando da Capital) montou “time” em Pedro Juan Caballero com a intenção de consolidar o controle da região, um dos principais corredores de drogas, armas e cigarros do Paraguai para o Brasil. De acordo com apuração do ABC Color, Flávio fazia parte de braço da organização encarregado de exterminar rivais. 

Ele havia chegado a Pedro Juan um mês antes do sequestro e assassinato dos sobrinhos de Fahd Jamil, depois de ser libertado de presídio de São Paulo, onde cumpria pena por tráfico de drogas e assalto à mão armada. Arruda Guilherme foi recebido em solo paraguaio por um dos traficantes mais procurados no país vizinho, Clemencio “Gringo” González, e estava hospedado em casa no Jardim Aurora, onde foi preso. 

Ainda segundo o ABC Color, o brasileiro foi enviado ao Paraguai com uma primeira missão: exterminar integrantes de grupo comandado por Fahd e seu filho, Flávio Correia Jamil Georges, o "Flavinho", com o objetivo de enfraquecer o clã definitivamente. Desde a morte de Jorge Rafaat em 2016, ainda segundo o jornal paraguaio, “Fuad” tentava ganhar terreno para retomar o controle das operações ilegais na região.

Bombeiros removem terra para achar quatro corpos (Foto: Marciano Candia/Última Hora)

Assassinados - Riad Jamil Oliveira Salem, 19, Muryel Moura Correia, 36, Felipe Bueno, cuja idade não foi informada, e do paraguaio Cristhian Gustavo Torales Alarcón, 31 foram encontrados mortos na zona rural de Pedro Juan.

Riad e Muryel eram sobrinhos de “Fuad” e, conforme uma das teses apuradas pelo jornal paraguaio, teriam sido torturados até a morte para revelarem o paradeiro do tio, sumido desde junho, quando foi alvo da terceira fase da Operação Omertà, ação da polícia e Ministério Público brasileiros. Há outras hipóteses para a motivação do crime.


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