Cidades

PM se entregou na Capital porque está recebendo ameaças, diz advogado

Defensor não quis comentar o motivo do cliente para cometer o crime e aguarda acesso ao inquérito para traçar linha de defesa

Anahi Zurutuza e Aletheya Alves | 26/10/2019 12:42
Advogado do PM, Thiago Pereira Gomes, acompanhou cliente em depoimento e deu entrevista em frente à Corregedoria (Foto: Henrique Kawaminami)
Advogado do PM, Thiago Pereira Gomes, acompanhou cliente em depoimento e deu entrevista em frente à Corregedoria (Foto: Henrique Kawaminami)

O soldado Izaque Leon Neves, de 33 anos, que matou o colega de profissão Jurandir Miranda, de 47 anos, se entregou à Corregedoria da Polícia Militar em Campo Grande para garantir a própria segurança. A informação é do advogado dele, Thiago Pereira Gomes, que o acompanhou durante depoimento prestado na manhã deste sábado (26).

O defensor preferiu não revelar a motivação do cliente para matar Jurandir. Já a polícia investiga se o crime tenha relação com o ciúmes que o policial tem da ex-mulher. Ela namorava a vítima e pediu proteção policial contra o ex-marido após o crime.

Segundo relatos de testemunhas à polícia, os dois já haviam discutido por diversas vezes e trocado ameaças. Ambos chegaram a sofrer punições militares por causa da rixa.

O advogado disse apenas que é uma “situação complicada” e que precisa ainda ter acesso integral ao inquérito e aos depoimentos das testemunhas para traçar uma linha de defesa.

O cliente, segundo Gomes, está recebendo ameaças e ficará mais seguro em presídio militar. Por isso, não se entregou na 1ª DP (Delegacia de Polícia) de Aquidauana, onde o caso é investigado. “Como teve retaliação prefiro não falar agora. Teve muito clamor, o julgamento é antecipado nestes casos”.

Izaque deixou a Corregedoria por volta do meio-dia de hoje, foi levado para exame de corpo de delito no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e depois para o presídio militar, no Complexo Penal de Campo Grande.

PM foi socorrido, mas não resistiu (Foto: Portal Aquidauana/Arquivo)

O crime – O soldado matou o colega com 7 tiros, na Rua Campo Grande, no Bairro Ovídio Campos, na noite de quinta-feira (24).

Conforme o boletim de ocorrência da Polícia Civil, Izaque estava sentado em frente à sua lanchonete, conhecida como Fênix, quando Jurandir se aproximou pilotando a motocicleta Yamaha/XTZ 125 branca, fez uma conversão na via e estacionou em frente ao estabelecimento.

Izaque, então, se levantou da cadeira, sacou a pistola .40 e disparou contra a vítima que ainda estava em cima da moto.

Após ser atingido, Jurandir caiu na rua. Mesmo assim, Izaque continuou atirando e, na sequência ainda tentou enforcar o colega, mas foi impedido pelo policial militar Marcus Vinícius Cristaldo Barbosa, 25 anos, que passava pelo local.

Marcus desarmou o autor e tentou detê-lo, mas Izaque conseguiu escapar e fugir. A vítima foi socorrida, mas morreu pouco depois de dar entrada na unidade de saúde.

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