Cidades

Na rede privada, fila de espera para fazer exame de coronavírus é para abril

Laboratórios priorizam coleta em domicílio para exame do coronavírus, feito mediante encaminhamento médico

Silvia Frias | 17/03/2020 11:49
Clínicas atendem no local, mas priorizam coleta em domicílio (Foto/Arquivo: Paulo Francis)
Clínicas atendem no local, mas priorizam coleta em domicílio (Foto/Arquivo: Paulo Francis)

Com 301 casos confirmados de infecção do novo coronavírus no País, sendo quatro em Mato Grosso do Sul, muitas pessoas estão procurando a rede privada em busca de exames. Em Campo Grande, há lista de espera com agendamentos para abril, por conta da demanda e do desabastecimento nacional do reagente para o teste.

A reportagem entrou em contato com 12 laboratórios em Campo Grande e, destes, identificou quatro que estão fazendo a coleta para exame do novo coronavírus. 

Na Multilab, a informação é que a demanda aumentou muito nos últimos dois dias. O laboratório está priorizando a coleta em domicílio e agenda um atendimento por dia. Esta manhã, o cronograma já estava fechado até 20 de abril. O custo é de R$ 250, sem cobertura dos planos de saúde.

Na Labclin, também está sendo priorizada a coleta em domicílio e os interessados já entraram em lista de espera. A responsável técnica pela laboratório, Camila Muzzi, disse que há mais de 100 pessoas listadas, aguardando a coleta. “Só no Whats agora já tem umas 30 a 35 pessoas perguntando, tá uma procura imensa”.

Camila explicou que ontem conseguiu fazer 25 coletas, mas hoje o atendimento foi represado, por conta da falta de reagente, insumo necessário para teste, da empresa terceirizada. No Brasil, os exames são feitos por empresas de São Paulo e Minas Gerais. O custo do exame também é de R$ 250.

Em todos os casos, alertam as clínicas e laboratórios, o exame só é feito mediante encaminhamento médico, não sendo atendida procura espontânea de paciente. 

A Sabin também está fazendo a coleta, mas a reportagem não conseguiu contato com a empresa. A BD Diagnóstico funciona como coletora dos laboratórios e encaminha para a de apoio, em Socorocaba (SP), não fazendo atendimento direto de pacientes.

A procura do sistema privado pode ser explicada pelas restrições impostas pela rede pública para realização de exames. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) havia informado que estão sendo priorizados pacientes que tiverem sintomas e contato com casos confirmados.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, foram 88 notificações entre 25 de janeiro até agora. Até 14 de fevereiro, o exame passava pelo Lacen (Laboratório Central) para triagem do painel viral e, caso não fosse identificado, era enviado para laboratório em São Paulo.

A partir do dia 14 de março, o Lacen começou a fazer os exames e, segundo assessoria, a espera está sendo zerada diariamente, atendendo a demanda.

Em Mato Grosso do Sul, 33 casos estão sendo investigados, com quatro confirmações para coronavírus.

Nos siga no